A Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd) realizou nos dias 04 e 5 de abril, em Fortaleza, um seminário sobre a avaliação da pós graduação em educação no país. Preocupava as(os) pesquisadoras(es) que lá se encontraram a forma e os critérios relativos à avaliação do quadriênio passado (2013-2016), mas também a prospecção de possibilidades de organização e de avanços da área para o próximo período (2017-2020).
A área de educação é uma das maiores áreas do sistema nacional de pós-graduação, contanto com 250 cursos, distribuídos nas modalidades de mestrados profissionais e mestrados e doutorados acadêmicos. Nesses cursos atuam milhares de professores e mais de uma dezena de milhares de alunos.
Uma das principais preocupações daquelas e daqueles que se reuniram em Fortaleza, certamente representando seus pares de todo o Brasil, era a relação entre a pós-graduação e a escola básica. Como se sabe, tanto o Plano Nacional de Pós-Graduação e o Plano Nacional de Educação quanto as normativas da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superor (CAPES) estabelecem a necessidade de uma relação qualificada e colaborativa entre o sistema de Pós Graduação e a educação infantil e os ensinos fundamental e médio.
No entanto, apesar das normativas da CAPES serem impositivas, isso é, precisarem ser cumpridas por todos os Programas de Pós Graduação, em muitas áreas não existe e não se valoriza a relação com a educação básica, e em outras, com raras exceções, essa relação é pautada por um grande desconhecimento da realidade das escolas por parte dos professores e alunos da pós-graduação.
Na área de educação há uma intensa colaboração com as redes de educação básica. Não apenas boa parte das(os) discentes desses programas são professores da educação infantil e dos ensinos fundamental e médio, como também quase todas a pesquisas neles realizadas são relativas a esse nível de ensino. Além disso, há uma intensa colaboração dos programas de pós-graduação na elaboração, implementação e avaliação das políticas de educação no país, muitas das quais tiveram e têm grande êxito, tais como na área da educação indígena, da política de livro didático, da educação de jovens e adultos, etc.
A preocupação manifestada pelas(os) participantes do seminário da ANPEd, em Fortaleza, era como a avaliação da pós-graduação vai valorizar ou não essa relação com a educação básica. Isso porque, nas avaliações anteriores, mesmo considerada como relevante, a inserção da pós-graduação, por meio de seus alunos e professores, nas políticas de educação básica, nem sempre foi devidamente reconhecida e valorizada na atribuição dos conceitos dos programas. O que tem contado como critério fundamental, e quase único, tem sido a publicação de artigos e livros acadêmicos, muitos dos quais de interesse muito restrito quando considerado o universo dos professores do Brasil.
O que se espera é que a Comissão de Avaliação da Pós-Graduação em Educação, composta exclusivamente por professoras(es) da Área, não apenas esteja sensível à importância dessa relação, mas que realmente valorizem aqueles programas que se empenham em colaborar ativamente com a melhoria da escola pública. De outra parte, espera-se também que nesse quadriênio iniciado em 2017 haja uma efetiva ação da CAPES no sentido de tornar realmente obrigatória e, sobretudo, qualificada a relação de toda a pós-graduação brasileira com a escola básica conforme determinam os preceitos legais. Essa seria, sem dúvida, uma possibilidade de o educando educar o educador e, nesse sentido, de a escola básica poder, ela também, contribuir para a elevação da qualidade de nossa pós-graduação.
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