A Deputada Estadual de Minas Gerais, Beatriz Cerqueira, e a vereadora de Belo Horizonte, Cida Falabella, comentam suas vivências e lutas no poder legislativo
Na última quinta-feira, dia 24 de outubro, o Pensar a Educação realizou mais uma conferência do seu Seminário Anual que em 2019 explora o tema “Educação no Brasil: tradições democráticas”. A sexta conferência do seminário buscou conhecer e avaliar a atuação do poder legislativo na discussão da educação e na defesa de políticas públicas para a área. Por isso, estiveram presentes na conferência a Deputada Estadual por Minas Gerais, Beatriz Cerqueira e a Vereadora por Belo Horizonte, Cida Falabella.
Na ocasião, o professor Luciano Mendes, coordenador do Pensar a Educação, Pensar o Brasil, presidiu a mesa e lembrou da tradição e cuidado que nós, brasileiros, temos em relação à atuação do poder executivo, destacando a importância de olharmos atentamente também para o poder legislativo, tanto no processo eleitoral quanto durante a legislatura. Essa atenção ao lugar e à ação do poder executivo também foi destaque na fala da Vereadora Cida Falabella. Atriz e professora, Cida se elegeu vereadora da capital mineira em 2016, junto à MUITAS, uma movimentação de pessoas da cidade de Belo Horizonte, ativistas de diversas causas, que se propõem a ocupar a política, vocalizando as lutas populares. Junto da também eleita Áurea Carolina (hoje, deputada Federal) e de Bella Gonçalves, eleita suplente, Cida inaugurou a experiência da Gabinetona, um mandato coletivo, na Câmara Municipal de Belo Horizonte.
A vereadora realizou um relato não só dos princípios coletivos da Gabinetona, mas também da recente luta para barrar o Projeto Escola Sem Partido, em tramitação na Câmara de Belo Horizonte e aprovado em primeiro turno. Ela falou dos caminhos possíveis através do mandato coletivo e de como estar junto de outras parlamentares, lideranças populares e movimentos sociais dão força para a luta e a busca por políticas públicas.
A união de forças também foi uma motivação da fala da deputada Beatriz Cerqueira. Com 22 anos como professora e oito como coordenadora do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais, Beatriz era, antes mesmo de eleita, um nome importante na luta pela educação. Mesmo assim, ela hoje, na Assembléia Legislativa, se encontra como uma minoria. Beatriz relata como muitas vezes sua voz não encontra ecos entre os colegas, em sua maioria homens brancos. Para a professora, é importante que a Política, como espaço de mediação e representação, retome seu lugar de destaque na disputa de visões de mundo. Para ela estamos num momento de negação do Estado e da percepção de que o Estado é o problema. “E é nesse ponto que está o nosso discurso, na defesa do Estado e da Política” afirma.
Beatriz também realizou uma leitura de caminhos para assumir na luta pela educação. Assim, ela chamou atenção para a importância da resistência, da proposição de pautas, alternativas e caminhos, e por fim, a valorização das agendas positivas, assim como as ações no dia a dia da educação.