Na geografia gramatical, regência é esquema. Esquenta. Na mais plena forma das gírias urbanas.
_ E aí, véi!? Tô chegano!
_ Fui!
Relevo morfológico com acentuados graus de altitude. Atitude.
_ Vou nessa!
_ Tá suave!
O corpo da língua tem pelos. Dutos capilares. Caracóis.
_ Meu! raspei o lápis.
_ Bigode?
_ Código de barras!
Recebe sangue. Na veia. Cateter silábico. Oral.
_ Tod@s compraram a briga!
_ Todes!
_ Agentes! as gentes! Alguém.
Capa mágica. Recorrentes individuações. Pronomes neutros. Eleições a dedo.
_ Da gringa!
_ Gringo.
_ Nacional.
São Cosme é das Bahamas. Damião veio depois. João tinha talento. Febre. Fogo. Fogueira. Boas-novas. Borboletas. Talvez!
_ Junina!
_ Juniores.
_ Juníores. Ah! Júnior!
Esdrúxulas. Sinais de pano. Engano. Frases mortais.
_ Babado!
_ Home school!
_ Didática da reverberação!
Eliminação. Projeto de danos. Casos profanos. Escola de base. Pública. Consternação.
_ FUNDEB, ocaso.
_ Arraso!
_ Enganação.
Segura a língua. Trompete. Alete. Ginga de dois. Baião de fato. Comida no prato. Trinca. Tênis. Corpúsculo. Prótese, depois.
_ Viagra!
_ Aldrava: um! dois! Feijão e arroz!
Passa-cinco. Passa-quatro. Três corações. Manual de alento.
_ Sargento!
_ Cabeça de papel!
_ Quem não marchar direito…
A língua roeu o ato. Rodo. Rato. Do Ipiranga, às margens do mundo, um passo para o abismo das manipulações. Sintaxe mediana. Discurso. Juízo final.
_ À prova de balas!
_ A língua?
_ … polissêmica encenação.
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