Dia do(a) professor(a): há o que comemorar!

Dia do(a) professor(a): há o que comemorar!

Chegamos a mais um dia dos professores. Como sempre, as manifestações de apreço aos professores e professoras de todo o Brasil são muitas, assim como são variadas as análises sobre as suas condições de trabalho, os seus salários e seu status social. Não faltam as afirmações sobre a importância da profissão e os lamentos sobre a recusa dos jovens em escolherem tão nobre carreira, acompanhadas, como sempre, das devidas justificativas, é claro!

Em geral, as manifestações, inclusive por solidariedade com os(as) docentes, acentuam as dimensões que demonstram as dificuldades do exercício da profissão. De outro lado há, também, no mesmo movimento, uma transformação dos(as) professores(as) em heróis. Mas há, igualmente, olhares francamente negativos em relação àqueles e aquelas que escolhem exercer a profissão. Umas e outras perspectivas se completam e revelam tanto da realidade da profissão quanto das inúmeras representações sobre a docência em nossa sociedade.

Ao focar os casos exemplares acabamos por não olhar para o conjunto dos sujeitos que exercem a função social de acolher as novas gerações no mundo público, no mundo cultural e político de nossas complexas sociedades. Nem bandidos(as) nem heróis ou heroínas, os(as) profissionais da educação, ao apresentarem o nosso mundo àqueles(as) que a ele chegam, desempenham um papel fundacional das e nas sociedades modernas.

Espalhados por todos os cantos do país, os(as) docentes continuamente se engajam na criação de condições para a continuidade e para as mudanças do mundo social.  Em suas práticas cotidianas, em suas escolhas e seus investimentos, contribuem para fazer da escola pública brasileira o lugar que mais acolhe as nossas grandes diferenças e lidam, como nenhuma outra, com nossas desigualdades sociais.

A escola, ao acolher o conjunto das contradições que marcam o país, exige dos(as) docentes uma disponibilidade cada vez mais alargada. E não há dúvida, observando as escolas atuais, que professores e professoras têm contribuído para que nossas instituições educacionais se tornem espaços de encontro e de convivência e do ensino e da aprendizagem de conhecimentos e sensibilidades necessários para o entendimento e a ação no mundo atual.

Assim, societariamente, temos o que comemorar quando milhões de pessoas fazem da escola o seu lugar de trabalho, quando milhares de jovens escolhem a profissão docente, quando dezenas de milhões de crianças e jovens são acolhidos todos os dias em nossas instituições educacionais.

Mas, nisso tudo permanece a pergunta (fundamental): teriam os(as) professores(as) brasileiros(as) razões para comemorações neste Dia dos Professores?

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