UFMG Ocupada – Yolanda Assunção

UFMG Ocupada

Yolanda Assunção

Desde o inicio de outubro, centenas de Escolas, Universidades e Institutos Federais de Ensino foram ocupados em todo Brasil. A iniciativa é um protesto contra a Proposta de Emenda à Constituição 241/2016, a Medida Provisória 746 e outras ações que afetam direitos e serviços como a Saúde e a Educação. As ações começaram entre os estudantes secundaristas. Em alguns dias dezenas de Escolas Estaduais do Paraná já estavam ocupadas. Em seguida escolas, Institutos Federais de Ensino e universidades públicas de todo país seguiram o mesmo caminho.  

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Ocupação da E.E. Governador Milton Campos | Foto: Yolanda Assunção

Em Belo Horizonte, o processo seguiu da mesma forma. No dia 6 de outubro, o Grêmio Estudantil da Escola Estadual Governador Milton Campos, o Estadual Central, reuniu alunos em assembleia na qual foi decidida a ocupação. O colégio que tem um grande histórico de lutas através dos anos, foi a 27ª escola ocupada no país. Sem interromper as atividades da escola e em constante diálogo com alunos, professores e funcionários (com posicionamento favorável, ou não, à ocupação), os manifestantes já estão há 3 semanas sem deixar a escola. Segundo uma das adolescentes “ocupar a escola é uma coisa que vai chamar muita atenção, porque os jovens ficam aqui. A gente toma banho aqui, a gente come aqui, a gente vive na escola. No lugar que é do povo, que é nosso de direito. Então ocupar a escola foi uma saída para não para as aulas, pq tem muita gente se preparando o ENEM.” O Estadual Central foi a primeira escola de Belo Horizonte a ser ocupada, e os membros da ocupação auxiliam desde então o estabelecimento de ocupações em outras escolas da Grande BH. 

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Ocupação da Faculdade de Educação UFMG | Foto: Pedro Cabral

Em pouco tempo o movimento se expandiu para a UFMG. A maior universidade pública de Belo Horizonte teve seu primeiro movimento de ocupação no dia 13 de outubro. Um grupo de estudantes de pedagogia e diversas licenciaturas ocupou por dois dias a Faculdade de Educação com atividades culturais, rodas de conversa e aulões especiais. Porém o movimento tomou novas proporções no dia 19 de outubro quando alunos ocuparam e paralisaram as atividades do Centro de Atividades Didáticas 1. Na sequência o mesmo aconteceu na Faculdade de Educação, no Centro de Atividades Didáticas 2, no Instituto de Geo Ciências, na Escola de Arquitetura, na Faculdade de Letras, no COLTEC e no Instituto de Ciências Agrárias em Montes Claros.

A decisão de fechar os prédios e paralisar as atividades foi tomada em cada uma das unidades, em assembleias convocadas publicamente e realizadas nos períodos diurno e noturno. “Nós tivemos todo o cuidado de dialogar com professores e alunos, porque não adianta a gente se colocar enquanto ocupação, se não está dialogando com o estudante, com os professores, com a comunidade acadêmica. A gente precisa estar em diálogo sempre pra dentro da universidade e para fora também”, afirma uma representante do Ocupa CAD 2. Ainda segundo ela, eles buscam mostrar para toda a comunidade que as ocupações são as ferramentas possíveis de luta no momento. A proposta é “parar o Brasil, sua classe trabalhadora e também a produção de conhecimento.”  

Contudo a decisão de ocupar os prédios e paralisar as atividades não é consenso na comunidade acadêmica. O grupo Desocupa por exemplo, compareceu nas últimas assembleias com a intenção de impedir novas ocupações. Eles estiveram em unidades que decidiram pela não ocupação, é o caso do Instituto de Ciências Biológicas, o Instituto de Ciências Exatas e da Faculdade de Medicina. Outro grupo é o UFMG Pela Liberdade. Apesar de não ser contra as ocupações, a reunião de estudantes acredita “que ocupações com paralisações das atividades acadêmicas apenas atrapalham o movimento de luta contra a PEC, dividindo os alunos que poderiam estar colaborando. Não somos contrários às ocupações, apenas às ocupações que retiram direitos dos alunos, técnicos e professores.” declarou um representante do grupo. O movimento busca alternativas para a continuidade das atividades e sugere repertórios diferentes para realização de protestos, como ocorreu fechamento do estacionamento da Faculdade de Medicina e da manifestação na Avenida Antônio Carlos em frente à UFMG, ambas ações ocorridas na última quinta feira (27). 

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Assembleia ICEX 25/10 | Foto: Pedro Cabral

O movimento de ocupação da UFMG, do Estadual Central e das demais escolas ocupadas na Grande BH segue acompanhando a mobilização nacional. Segundo levantamento feito pela União Nacional dos Estudantes já são mais de 100 campi universitários e 1000 escolas e Institutos Federais de Ensino ocupados. 

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