REFAZER O ENSINO MÉDIO – EM

REFAZER O ENSINO MÉDIO

Jornal Estado de Minas, 04 de Junho de 2013

Por Cristina Fabel – Diretora Pedagógica do Colégio ICJ

O anúncio da extinção do vestibular da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a adoção do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) como processo seletivo padrão provocaram uma reviravolta nas salas de aula do ensino médio. A valorização do resultado do Enem como forma de acesso aos bancos acadêmicos demanda a reconceituação do ensino médio. Estamos cada vez mais próximos de abandonar o ensino maçante, baseado na memorização, para propagar o aprendizado intuitivo e focado no desenvolvimento da capacidade de sempre mobilizar, articular e colocar em prática conhecimentos, habilidades, atitudes,valores e emoções.

O foco do ensino médio se perdeu com o passar dos anos. O antigo formato dessa etapa escolar fez com que ele se transformasse em um apêndice dentro da educação básica, voltado apenas para a aprovação do aluno no vestibular. Tudo isso vai contra a sua real finalidade, que por origem é ser uma etapa em que conteúdos já vistos no ensino fundamental são retomados com mais profundidade, possibilitando uma elaboração do pensamento crítico e ético. Com o excesso de conteúdo que era cobrado no vestibular tradicional, a construção do pensamento, a competênciade análise e de inferências do aluno não eram desenvolvidas.

O movimento de mudança metodológica prevê radicais alterações na forma de repasse dos conteúdos formais. Com o Enem passando a ser a principal porta de entrada nas universidades, as escolas tiveram que rever a forma de apresentar e trabalhar os conteúdos, bem como de ter em seu quadro docentes com perfil inovador e contemporâneo. Atualmente percebeu-se que não adianta o aluno decorar todas as fórmulas de física se ele não entender que a matéria faz parte do seu dia a dia. O aluno de hoje é muito mais questionador e informado do que os estudantes das décadas passadas, por isso, o professor exerce atuação importante na transformação da informação em conhecimento. Essa é a grande proposta da escola atual.

O papel do professor neste momento é escolher as melhores metodologias e ferramentas, incluindo as digitais, para alcançar os objetivos da educação do século 21. Os jovens professores, que estão chegando ao mercado de trabalho, têm um entendimento mais claro sobre quais caminhos devem ser seguidos, além de dominarem com desenvoltura as estratégias tecnológicas, atingindo assim as novas gerações porque as faculdades também entenderam a necessidade de reformular os cursos de licenciatura. 

A transformação do ensino médio deve ser embasada por uma reconceituação de todas as etapas da educação básica. Hoje já se fala na educação 3.0. O professor deixa de ser um reprodutor de conhecimento para criar com a turma um conhecimento em cima de problemas. Dessa forma, é importante priorizar as oportunidades de diálogo e colocar o estudante em contato com o que está  acontecendo no mundo, com base em ações que estimulem o raciocínio, a análise e a capacidade de fazer correlações entre  as matérias. 

A adoção do Sisu como processo seletivo padrão da UFMG é mais um importante caminho que se abre para viabilizar o educar na era digital, com um currículo que desenvolva, além de competências, qualidades humanas. Estamos dando passos essenciais para a recuperação da identidade do ensino médio e da sua importância como etapa da educação básica.

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