Esporte é transformação social!

Marcus Periks Barbosa Krause

A escola é um ambiente onde nossas crianças e adolescentes devem encontrar muito além de conteúdos curriculares, é na escola que a criança passa boa parte de sua vida, lá ela terá oportunidade de começar a se preparar para a realização dos seus projetos de vida. A criança deverá desenvolver habilidades e competências durante seu percurso escolar e o papel da escola nesse processo é de fundamental importância. 

A escola precisa agregar diversos mecanismos que sejam atraentes aos olhos do público infanto-juvenil, utilizando metodologias e práticas pedagógicas inovadoras. Para tanto, é preciso que a escola esteja atenta à realidade cultural e social daquela comunidade, e é aqui onde citamos, neste artigo, a importância da inserção do esporte como ferramenta auxiliar neste processo. 

As crianças, por natureza, crescem praticando esportes, mesmo que de forma amadora e empírica. Quem nunca foi criança e não brincou de pega pega, pique esconde, amarelinha, pula elástico, andar de bicicleta, futebol no meio da rua, skate, dentre tantas outras brincadeiras que incentivam às práticas de atividades físicas? Muitas dessas brincadeiras, hoje são consideradas como esportes, alguns deles olímpicos. E o falar do Skate? Esporte esse tão estereotipado por muitas pessoas, que olham para os que praticam tal modalidade esportiva com olhar discriminatório.

Recentemente, durante as Olimpíadas de Tóquio de 2021, a adolescente, de uma cidade do interior do Maranhão, Rayssa Leal, foi destaque mundial, ao conquistar uma medalha de prata, sendo a mais jovem atleta a subir no pódio na modalidade do skate. A conquista de Rayssa mostrou ao mundo a importância do investimento no esporte, e nada melhor do que inserir no contexto escolar a prática esportiva, até porque o aluno não poderá abandonar seus estudos para dedicar-se unicamente ao esporte. 

Ocorre que em nosso país a questão não bem levada à sério, facilmente se comprova tal afirmação, visitando as escolas públicas do Brasil, muitas delas sequer tem estrutura para uma educação digna, quanto mais para a prática de esportes. Grande parte das escolas públicas não possuem áreas esportivas e espaços apropriados para fomentar a prática de esportes na escola, muito menos equipamentos necessários. Os alunos transformam pátios esburacados em quadras de futebol, birôs de professores em mesas para jogar tênis de mesa, carteiras em tabuleiros de xadrez e assim vão improvisando cada vez mais, sem que o poder público invista na modernização, ampliação ou adaptação que favoreça aos alunos a prática de esportes variados no ambiente escolar. Falta espaço até mesmo para o funcionamento de programas federais que algumas escolas executam, como o Mais Educação, onde as escolas recebem recursos federais que devem ser aplicados pelas escolas em atividades de acompanhamento pedagógico e outras atividades complementares, geralmente no contraturno do aluno, de escolha da escola, sendo que muitas unidades de ensino escolas adotam atividades esportivas, porém precisam utilizar áreas improvisadas, em razão das escolas não disporem de locais adequados. 

Alguns municípios brasileiros se limitam a realizar anualmente competições esportivas entre as escolas, porém como obter bons resultados se não existe a prática e o treino constante dos alunos em determinadas modalidades? Geralmente os alunos que concorrem em outras modalidades menos usuais, como jiu jitsu e capoeira, por exemplo, são alunos de ONGs que oferecem as atividades esportivas na cidade. 

Esperamos que nosso país invista de fato e de verdade em educação, inserindo neste contexto, atividades esportivas e culturais, de modo a contribuir no processo de formação cidadã de cada aluno brasileiro. Sonhamos com escolas totalmente equipadas e modernizadas, com áreas amplas para que os alunos se sintam valorizados e motivados. Sonhamos com mais investimentos em esportes em nossas escolas, pois a prática esportiva pode contribuir em muito na formação cidadã, retirando das drogas e marginalidade, muitos menores que assim o estão por falta de políticas públicas efetivas. 


Imagem de destaque: Breno Barros

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