ENEJA da Resistência!

Ana Clara Soares Ramos*

O XVI Encontro Nacional da Educação de Jovens e Adultos (Eneja) aconteceu em Belo Horizonte, entre os dias 18 e 22 de setembro, e contou com uma programação voltada para atividades culturais e construção de estratégias para a Pauta Nacional da Educação de Jovens e Adultos. O evento foi nomeado como o “ENEJA da Resistência” pelos delegados de todo país, que durante o encontro foram organizados em Grupos de Trabalho sobre vários temas. Os GT’s contaram com a participação de educadores e educandos da EJA e do Ensino Superior, nos quais foram debatidos sobre os perfis e contextos de cada sujeito ali presentes e as suas respectivas intenções em relação ao Encontro.

Dentre os assuntos escolhidos para serem debatidos estavam a Alfabetização; a Gestão, recursos e financiamento; Estratégias de acesso e permanência; Políticas públicas e Relações étnico-raciais na EJA. Além das pautas específicas de cada grupo de trabalho, todos os delegados levaram em consideração a temática central, Educação de Qualidade Social como Direito de Trabalhadoras e Trabalhadores.

Durante a abertura, houve uma comemoração do Aniversário de Nascimento de Paulo Freire com a presença do educador popular Miguel Arroyo, uma mesa-redonda de educandos da EJA, representantes de todos os fóruns estaduais participantes do encontro e a apresentação da Carta de BH, documento que faz um apelo à garantia e melhoria da educação e que mais tarde, no último dia de evento, foi aprovado na Plenária Final.

Foi proposto pela organização do encontro que, ao decorrer dos dias seguintes, fossem formuladas pelos GT’s propostas de ação efetivas que foram debatidas na Plenária Final juntamente com a aprovação da Carta de BH. Dentre as propostas, os GT’s poderiam formular no máximo quatro relativas à sua respectiva temática e uma obrigatoriamente sobre a organização dos Fóruns de EJA do Brasil. A apresentação das propostas deveria conter seu objetivo, seus responsáveis, quando e a maneira de se executar. Durante a manhã do quarto dia do encontro, aconteceram círculos de conversa para comunicação e apresentações orais de trabalhos acadêmicos e relatos de experiências de todos os participantes na Secretaria Municipal de Educação de Belo Horizonte (SMED).

Muito se discutiram sobre a crescente entrada de jovens – principalmente negros – na EJA, suas causas e consequências. A juvenização da EJA é um fator que está intimamente atrelado ao mapa da violência do Brasil e foram debatidas maneiras de se garantir a permanência desses jovens na modalidade e a qualidade de educação que a estes foi negada nas escolas em tempo regular. Dentro dessa discussão, foi enfatizada a importância de se compreender as relações entre os sujeitos e a contribuição do reconhecimento étnico-racial e identitário para a compreensão dessas relações além da necessidade de integração dos conteúdos para um processo de ensino-aprendizagem contextualizado que atenda às especificidades dos educandos.


Imagem de destaque: Delegados do Fórum Mineiro de EJA.

*Estudante de pedagogia da UFMG.

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