Um convite ao silêncio

Alexandra Lima da Silva

Uma das cenas mais impactantes dos filmes que assisti em tempos de isolamento social veio de O som do silêncio. Certamente assistir a este filme numa tela de cinema causaria um impacto ainda maior. O som e o silêncio são personagens centrais neste filme. E isso não é pouca coisa. 

Há 4 anos em processo de luta contra o vício de heroína, Ruben é um jovem baterista, que vive na estrada com a namorada Lou. Fazer música num volume extremo é a vida do casal. Repentinamente, Ruben começa a perder a audição e o casal tem a vida transformada a partir daí. 

Com muita hesitação e resistência, Ruben passa a viver numa comunidade de reabilitação para pessoas surdas. De forma sensível e respeitosa, o filme apresenta que a cultura e o modo de vida das pessoas surdas, que como não são deficientes, não “precisam ser consertadas”. 

Ruben aprende uma nova língua, mas ainda assim, não aceita viver num mundo sem o som. O processo de auto aceitação de Ruben é parte desta nova vida. Em conflito, ele precisa decidir em qual mundo quer viver. A força do silêncio não deve ser subestimada. De forma poética, o filme ensina que também existe beleza no silêncio.


Imagem de destaque: Amazon Prime Video / Divulgação

 

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