Cheron Moretti
No ano de celebração do centenário de Paulo Freire, o Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita (CEALE), da FaE, UFMG, no quadro Ceale Debate, realizou uma transmissão ao vivo no dia 31/08/2021 sobre um tema de grande interesse para os (as) educadores (as), historiadores (a), pesquisadores (as) e demais estudiosos (as) da educação: o legado deixado por Paulo Freire em 1963 na cidade de Angicos.
A conversa ocorreu com a presença da professora Marileide Matias, que discorreu sobre o processo de alfabetização em massa de 1963 na cidade de Angicos, no Rio Grande do Norte (RN). O acontecimento foi batizado como as “40 horas de Angicos”, que teve como objetivo encarnar o ideal de alfabetização (popular) tão elaborado e praticado por Paulo Freire.
O CEALE explica:
“Em 1962, o município recebeu um grupo de estudantes universitários de várias graduações da UFRN, com a responsabilidade de fazer um levantamento cultural da população angicana, para embasar o trabalho que seria feito em 1963, em parceria com o governo do estado.”.
Segundo dados do IBGE, o cenário de pessoas com 15 anos ou mais não escolarizadas em Angicos superava os 70%.
A metodologia desse processo de alfabetização, para aquele momento, era da palavra geradora surgida do universo vocabular dos participantes, o que se caracterizava como metodologia inovadora por se distanciar de processos metodológicos tradicionais de alfabetização escolar.
Esse desenho diferenciado despertou curiosidades e impactos sociais e educacionais na sociedade norte-rio-grandense e no mundo, o que levou essa experiência a entrar nas agendas e pautas acadêmicas de instituições de nível superior do mundo inteiro até os dias de hoje”.
O evento é uma iniciativa da coordenação do Ceale Debate ( Francisca Maciel e Maria José Francisco de Souza – professoras da Faculdade de Educação da UFMG e pesquisadoras do Ceale).
Para saber mais:
Acesse a live aqui.
Imagem de destaque: Evie S./Unsplash