Flores Sóbrias – dementes

Ivane Laurete Perotti

Sem alívio 

veio a noite

em todas as noites

na mesma soleira

flores soberbas

marcam a ponte

deserta fonte

vaga canseira

aos pés da morte

plana a sorte

tranca de bote

…quaresmeira!

A noite não bate

falange de escape

afugenta a morte 

abraço do forte

geme o grito

pedido de corte

flores na estrada

sóbrias feridas

sobem a escada

sem corrimão!

Cala-se a alma

rente ao salto

suspiro

roto asfalto

cadafalso tardio!

Ausente alívio

pedaços soltos

lágrimas lentas

molham o chão!


Imagem de destaque: Mauricio Mercadante

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *