Empresariado e Bolsonaro: aprendizados do passado

Editorial do número 329 do Jornal Pensar a Educação em Pauta

O Governo Bolsonaro é um manancial de fontes para humoristas e… Para editorialistas! Não há dia que passe sem que das salas e ante salas, ou mesmo dos porões, do Planalto e da Esplanada do Ministério não venha a público uma medida de destruição e morte.

Essa semana, mais uma vez, Bolsonaro deu um espetáculo de repulsa ao bom senso e de vazão ao autoritarismo que lhe é peculiar, assim como ao seu medíocre ministério: o gesto de receber tanques militares no Planalto nada mais foi do que uma tentativa de expressar força e apoio dos militares às suas políticas de morte e intimidar a população e os poderes legislativos e judiciário. 

É impossível contar as medidas tomadas pelo governo federal para prejudicar as populações mais pobres, negras, indígenas, femininas, LGBTQIA+ além de todas as políticas públicas, inclusive porque, como tem relevado a CPI da Covid, muitas das medidas são falcatruas perpetradas contra recursos públicos do Estado. E, como sabemos, nem sempre tais medidas foram tomadas às escondidas, na calada da noite. Mas nada disso foi suficiente para afastar o empresariado brasileiro do governo.

Agora, acumulando derrota sobre derrota, sobretudo no Judiciário, o governo de Bolsonaro vai perdendo, dia após dia, importantes bases de apoio. Órgãos de imprensa e organizações empresariais que pavimentaram a subida do Capitão Miliciano ao Poder, agora dizem que ele é um golpista, uma ameaça à democracia e coisa e tal. 

Ainda que saibamos que a compromisso dessas organizações com a democracia tendam a zero quando os seus interesses são contrariados – não viram problema algum em participar do Golpe de 1964, do Golpe de 2016 e da eleição de Bolsonaro, por exemplo  – e que seus afastamentos do Governo tem em vista muito mais a “ameaça Lula 2022” do que outro motivo, essa movimentação enfraquece os ímpetos destrutivos advindos do Planalto.  E isso, por si só, é uma boa notícia!

Não cabe, evidentemente, às forças democráticas abraçar e festejar os algozes da democracia. Jogar para debaixo do tapete o comprometimento das forças civis e militares com as atrocidades praticadas durante a ditadura civil-militar é parte das razões pelas quais Bolsonaro et caterva tiveram vida longa e próspera na República. No entanto, observar o movimento das forças não democráticas  em relação a Bolsonaro é importante para que possamos, inclusive, rever estratégias e formas de ação não apenas para o enfrentamento do Bolsonarismo nos dias atuais, mas também a médio e longo prazos. 


Imagem de destaque: Gilmar – Cartunista das Cavernas

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Empresariado e Bolsonaro: aprendizados do passado

O Governo Bolsonaro é um manancial de fontes para humoristas e… Para editorialistas! Não há dia que passe sem que das salas e ante salas, ou mesmo dos porões, do Planalto e da Esplanada do Ministério não venha a público uma medida de destruição e morte.

Essa semana, mais uma vez, Bolsonaro deu um espetáculo de repulsa ao bom senso e de vazão ao autoritarismo que lhe é peculiar, assim como ao seu medíocre ministério: o gesto de receber tanques militares no Planalto nada mais foi do que uma tentativa de expressar força e apoio dos militares às suas políticas de morte e intimidar a população e os poderes legislativos e judiciário. 

É impossível contar as medidas tomadas pelo governo federal para prejudicar as populações mais pobres, negras, indígenas, femininas, LGBTQIA+ além de todas as políticas públicas, inclusive porque, como tem relevado a CPI da Covid, muitas das medidas são falcatruas perpetradas contra recursos públicos do Estado. E, como sabemos, nem sempre tais medidas foram tomadas às escondidas, na calada da noite. Mas nada disso foi suficiente para afastar o empresariado brasileiro do governo.

Agora, acumulando derrota sobre derrota, sobretudo no Judiciário, o governo de Bolsonaro vai perdendo, dia após dia, importantes bases de apoio. Órgãos de imprensa e organizações empresariais que pavimentaram a subida do Capitão Miliciano ao Poder, agora dizem que ele é um golpista, uma ameaça à democracia e coisa e tal. 

Ainda que saibamos que a compromisso dessas organizações com a democracia tendam a zero quando os seus interesses são contrariados – não viram problema algum em participar do Golpe de 1964, do Golpe de 2016 e da eleição de Bolsonaro, por exemplo  – e que seus afastamentos do Governo tem em vista muito mais a “ameaça Lula 2022” do que outro motivo, essa movimentação enfraquece os ímpetos destrutivos advindos do Planalto.  E isso, por si só, é uma boa notícia!

Não cabe, evidentemente, às forças democráticas abraçar e festejar os algozes da democracia. Jogar para debaixo do tapete o comprometimento das forças civis e militares com as atrocidades praticadas durante a ditadura civil-militar é parte das razões pelas quais Bolsonaro et caterva tiveram vida longa e próspera na República. No entanto, observar o movimento das forças não democráticas  em relação a Bolsonaro é importante para que possamos, inclusive, rever estratégias e formas de ação não apenas para o enfrentamento do Bolsonarismo nos dias atuais, mas também a médio e longo prazos. 


Imagem de destaque: Gilmar – Cartunista das Cavernas

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