Diversidade e igualdade de oportunidade

Antonio Teixeira

 

Evolução é o fato acontecido que dá o sentido à vida.

A notável complexidade da hereditariedade resulta na unicidade do ser vivo, jamais repetido em cópia idêntica. Cada aluno traduz o pensamento em si diferenciado em programa genético aberto, ilimitado. Os mestres demandam treinamento nas técnicas de agregação e aconchego das características individuais, pois o processo de aprendizagem que observa a diversidade genética potência a curiosidade inata e induz o aluno a saber o que faz. A educação customizada de alunos genuinamente diferentes deve ser pré-requisito para igualdade de oportunidade numa sociedade democrática. Atenção à biodiversidade pode ser uma pedra de toque na curiosidade de alunos que buscam autonomia de aprendizagem e criatividade. A diversidade é a maior riqueza de uma nação civilizada.

PARTE I

Por que somos diferentes?

Evolução é mudança da frequência de genes de geração em geração

A resposta para a questão é examinada na realidade da pandemia do vírus corona. A hipótese sugere que os seres vivos são diferentes porque a evolução e seleção natural os fez indivíduos”, sem similaridade no código genético, jamais repetido. Porque somos diferentes o vírus corona não infecta uma parcela da população humana. De fato, cerca de 60% das pessoas possuem resistência natural ou inata (imunidade de nascimento) contra o vírus corona. Ademais, dos 40% da população susceptível ao vírus corona, 80% das pessoas têm a infecção leve, sem gravidade. Entretanto, os 20% dos casos que adquirem a infecção e desenvolvem doença grave, a maioria se recupera e cerca de 4% falece.

O vírus da Covid-19 provoca quatro perfis de resistência inata: não-susceptível; susceptível com infecção leve; susceptível com infecção severa e cura; e  susceptível à Covid-19 grave e morte. Neste cenário, a seleção natural que resulta em diversidade genética garante a vigilância que assegura a evolução continuada da espécie humana. Neste caso, a proteção está relacionada à diversidade genética da população.

A diversidade genética que confere proteção imune sugere educação customizada.

O conhecimento sobre a genética de população que confere diversidade sugere o planejamento do ensino-aprendizagem. Com o foco na diversidade genética o sistema educacional pode capacitar os alunos para a aprendizagem continuada, indispensável como pré-requisito para o progresso da cultura, e da ética da igualdade de oportunidade. Haja vista que a capacidade de pensar com autonomia é atributo inato da inteligência programada no cérebro humano desde o nascimento. A inteligência com potencial infinito pode ser revelada na escola, em todos os níveis. A diversidade potência o processo educacional, do jardim de infância aos institutos e universidades, quando estimula a satisfação da curiosidade do aluno. O despertar da mente criativa requer incentivo ao longo do processo educativo, no mais amplo jardim cuidado pelos professores.

A base genética da diversidade

Imagens, memórias, imaginação e tudo o que se vê, pensa ou sente é processado no cérebro onde 100 bilhões de neurônios ficam envolvidos pelas moléculas de gordura, linha de transmissão de sinais entre as células. A gordura (ácido decosahexanoico) no cérebro tem função condutora e transmissora de elétrons de neurônios para células à distância, e vice-versa. A energia elétrica é produzida no cérebro pela oxidação e redução de átomos de espécies químicas. O átomo que oxida perde elétron e o que reduz ganha elétron de outro átomo atacado por enzima redutora. Perda e ganho de elétrons significam corrente elétrica. Os elétrons transitam do átomo que oxida para o outro que reduz, por exemplo, da membrana do neurônio para uma proteína aderida ao DNA de outra célula, ou vice-versa.

Noções preliminares de genética mediada por fenômenos físico-químicos sugerem acesso à diversidade de inteligência e criatividade, herança genética modificada pela ambiência e pela contingência de fatores que estimulam o pensamento. A apreciação desses fatores segue na parte II da narrativa.


Imagem em destaque: pch.vector

 

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