Estados Unidos: a luta pela liberdade (Amend: The Fight for America) é uma mini-série documental da Netflix, em seis episódios, com seis horas de duração. A série é apresentada e produzida pelo astro Will Smith, e conta com a participação de professoras(es), pesquisadoras(es), ativistas e artistas.
Enquanto a Décima Terceira Emenda proibiu a escravidão nos Estados Unidos 1865, a Décima Quarta Emenda prometia cidadania e igual proteção das leis sem qualquer distinção, como também, sobre o direito de voto, mas excluía mulheres e indígenas.
Na prática, “o sonho americano” não era para todos. Foi erguido a partir da lógica do privilégio e da heteronormatividade branca e masculina. Racismo e supremacia branca caminharam lado a lado no nascimento da nação estadunidense.
O episódio 1, intitulado “Cidadão” confere especial destaque à luta de Frederick Douglass. Homem negro, que foge da escravidão e torna-se uma das principais vozes na luta pelo fim da escravidão e pelo reconhecimento do afro-americano como cidadão pleno em direitos. O episódio 2, “Resistência”, discute a violência de brancos supremacistas no sul dos Estados Unidos, e a luta de ativistas, dentre as quais, Ida B. Wells, mulher negra, nascida na escravidão, que por meio do jornalismo denunciou as atrocidades dos linchamentos praticados contra pessoas negras durante a vigência das terríveis leis da Jim Crow. O destaque do episódio 3, “Espera”, é Martin Luther King e a luta pelos movimentos civis e pelo efetivo cumprimento da promessa da Décima Quarta Emenda. O episódio 4, “Controle”, confere destaque à luta das mulheres na década de 1970 por igualdade e pelo direito de controlar os próprios corpos. O episódio 5, “Amor”, mostra como apenas em 2015 o casamento foi reconhecido como um direito de casais LGBTQ. Por fim, o episódio 6, “Promessa”, mostra que o sonho da cidadania americana se torna muitas vezes, o pesadelo para muitos imigrantes, que enfrentam violência, xenofobia e intolerância.
O objetivo da série é mostrar que é a luta das pessoas, nas ruas, nos tribunais, nas urnas, o motor das mudanças. As promessas de igualdade da Décima Quarta Emenda se tornaram direitos na prática a partir de protestos e resistências. A luta é o único caminho para uma sociedade mais inclusiva, diversa e igualitária. A felicidade, afinal, deveria ser entendida como direito humano e não como privilégio.
Imagem de destaque: Netflix / Divulgação