Editorial

Desde a última semana, temos acompanhado a resposta aos ataques violentos nas instituições escolares que se somaram aos ataques às instituições educativas. Os recentes acontecimentos permitiram o aparecimento de pautas já vencidas pelo debate educacional, mas reavivadas pelos setores conservadores que aproveitaram a oportunidade para endossar o discurso de mais militarização como antídoto à violência. Um dado que tem sido recorrentemente contestado pelas pesquisas da área de Educação.

Ao mesmo tempo em que foram destinados novos recursos orçamentários para a garantia da segurança nas várias escolas pelo país, o debate pela regulação do mundo cibernético alcançou novo patamar, seja pela urgência ou pela escassez de consensos. Nessas agitadas semanas, não faltaram também motivos para celebrar: o primeiro dia dos Povos Indígenas (após alteração da nomenclatura anterior “Dia do Índio”). A disputa da linguagem significa também uma mudança na forma de entender a presença e a luta dos povos originários.

A importância da data nos convoca para maneiras mais significativas de compreender as formas pelas quais os processos coloniais do passado e do presente persistem entre nós. A data nos convoca e nos exige criatividade no enfrentamento contra a colonialidade do poder, do saber, sobretudo através de novas epistemologias que sejam mais eficazes na consideração dos diferentes sujeitos que participam, recriam e atuam na reinvenção dos vários brasis, pela construção de sua história.

Oxalá a resposta a todo esse cenário em defesa da paz, da liberdade, da não-violência e da convivência fraterna ecoe com tal ou maior força como as ameaças que, cotidianamente, atingem as escolas e as professoras. Ou, como nos diria Ailton Krenak, que mantenhamos vivo o desejo de aprender com as formas solidárias de viver, com nossos povos originários e com nossas escolas, determinados a cultivar novas e boas ideias que continuem adiando o fim do mundo!

Boa Leitura!


Imagem de destaque: Galeria de Imagens

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