BH: para além do pão de queijo e bares

Otávio Henrique Ferreira da Silva

Aconteceu comigo duas vezes recentemente.

Amigos de outros estados me fizeram a seguinte pergunta: “mineiro, estou indo a Belo Horizonte, quais são os lugares legais para conhecer?”.

Na hora, essa pergunta me gerou um certo incômodo, me deixando na dúvida se conhecia bem a cidade e seus entornos mesmo sendo belorizontino nativo. Na primeira vez tudo bem. Dei aquela despistada básica e sugeri um ou dois lugares. Mas na segunda foi demais! E claro, precisei tirar um tempo para pensar melhor na questão.

Cheguei a fazer uma lista dos pontos turísticos que conhecia. Porém, não satisfeito, procurei ouvir outros amigos daqui, sobre os lugares que consideravam mais relevantes para visitações turísticas. O resultado obtido a partir de um questionário aberto nas redes sociais foi tão interessante, que ao ler soou o Roberto Carlos narrando a descida pela estrada de Santos.

Mas antes de entrar no mérito da coisa, não poderia deixar de dizer a impressão que muitos lá fora têm de nossa cidade: a terra do pão de queijo e dos bares! Se ampliarmos a discussão para o âmbito do estado de Minas inteiro, as proporções serão outras: aí entra o queijo, a goiaba de Ponte Nova, os biscoitos de São Tiago, o Mate Cola de Teófilo Otoni, o biscoito delícia de Poté, as cidades roupeiras no Sul de Minas, os calçados de Nova Serrana, entre outros trens.

Mas de fato, algo que marca as pessoas que passam por aqui é quantidade e qualidade do nosso arsenal de bares e pães de queijo, presente em quase todas as esquinas da grande cidade. E sem querer desmerecer essa marca registrada de BH, mas a intenção, por ora, é enfatizar que nossa terra amada é também um grande polo turístico brasileiro.

Não iria dizer mesmo, para os meus indagados amigos, vir a Belo Horizonte passar os seus dias de viagem somente nos bares ou comendo pães de queijos nas padarias! Pão de queijo e buteco são acessórios de uma boa viagem, disso não tenho dúvida. Pois passar na casa dos conhecidos para tomar um cafezinho acompanhado da nossa bolacha delícia ou, também, juntar uma turma de amigos para um “rolé” pelos bares da esquina de Santa Tereza ou Savassi, principalmente em tempos de carnaval, é fundamental para renovar as energias.

E por falar nessa festa popular maravilhosa, digo aos meus amigos visitantes que a cultura popular carnavalesca nos últimos tempos está disseminada pelos quatro cantos da cidade com as centenas de blocos que embalam os foliões, e o palco central para os desfiles das escolas de samba é a Avenida Afonso Pena.

Avenida essa que nas manhãs de domingo abriga a maravilhosa Feira Hippie, considerada a maior feira de artesanato da América Latina, mas que em dias comuns é uma das mais movimentadas da cidade seja pela circulação de carro ou pela quantidade de pessoas que circulam nas proximidades da Praça Sete.

Praça Sete! Famosa pela imensa escultura do “Pirulito”, é o símbolo do encontro dos movimentos progressistas na luta por direitos sociais e, mesmo em tempos de carnaval, não podemos perder de vista que querem aprovar uma “nova” Reforma da Previdência sob o slogan “Previdência eterna, aposentadoria nunca mais”.

Mas voltando à questão cultural belorizontina…

Curtir as praças e parques é uma das qualidades da visitação turística a Belo Horizonte.

Entre a Afonso Pena e a Andradas está o popular Parque Municipal. Subindo mais um pouquinho lá para a região sul da cidade, encontra-se a Praça do Papa, conhecida assim por ter recebido a visita do Papa João Paulo II. Ali pertinho pode se ver BH pela apaixonante vista do Mirante do Parque das Mangabeiras e, claro, desfrutar da beleza natural do lugar. BH Possui mais de 40 parques espalhados por toda cidade! Isso não é maravilhoso, uai? São muitas as praças e parques, que até eu mesmo fico com a sensação que tenho que fazer mais turismo em minha terra natal.

Nos arredores da Praça da Liberdade, lugar que é bom para comer pipoca sentado no puxadinho, encontra-se um dos maiores circuitos culturais do Brasil, com sua dezena de museus. Nessa onda da cultura local, o Palácio das Artes é uma das referências top da cidade, mas bem que poderia ser menos elitizado, pois ter o privilégio de ouvir músicas eruditas ou cantores consagrados da MPB tocando ao vivo infelizmente não cabe no bolso de todo mundo, visto que pagar quatrocentos e noventa contos no show do Chico Buarque não é para qualquer um.

Na região da Pampulha, lugar bom para ir com as crianças é o Parque Guanabara. E se o passeio for com o(a) bem amado(a), vale a pena curtir a vista da lagoa trocando carícias sentado(a) no Mirage. Mas se tiver só, não deixe de ir na roda gigante, faça isso comendo um algodão doce que a viagem estará sendo bem aproveitada. Ah, Pampulha! Não poderia deixar de dizer que realmente é um lugar paradisíaco! Não é “puxando sardinha”, mas é uma das principais maravilhas do mundo. Não é por acaso que foi escolhido como berço para a prática desportiva de um dos maiores clássicos do futebol mundial. Pensou Brasil e Alemanha? Não, não, não. Atlético e Cruzeiro!

Só não posso esquecer de dizer aos visitantes de Belo Horizonte que passar pela praça da Estação é parada obrigatória, seja para se locomover pela grande Belô de metrô ou para fazer uma visita ao Museu de Artes e Ofícios. Assim como também conhecer vários outros lugares muito requisitados como a Feira do Mineirinho, o Mercado Central (lugar com uma linguagem para todos os públicos, mistura de religiosidade, culinária típica, cultura do povo, história e contemporaneidade), Jardim Zoológico e Botânico de Belo Horizonte, Conservatório de Música da UFMG, os diversos Teatros espalhados por toda cidade, ou as atividades culturais realizadas na Serraria Souza Pinto e Viaduto Santa Tereza.

Vir a BH para curtir a cidade, é algo que será bem sucedido com um bom plano de rota, pois são tantas as opções que alguém poderá se sentir perdido(a). Inda mais porque o passeio pode ser esticado para outras cidades vizinhas que possuem um grande números de lugares de cultura tradicional e patrimônios históricos da humanidade, como…

A comunidade dos Arturos, as Casas da Cultura e diversas praças em Contagem.

A Serra do Rola Moça em Ibirité e do Elefante em Matheus Leme.

A Colônia Santa Izabel e a Represa Vargem das Flores em Betim.

A Serra da Piedade em Caeté.

A Gruta do Rei do Mato em Sete Lagoas, as cachoeiras da Serra do Cipó, Macacos e Rio Acima.

A riqueza cultural das cidades Barrocas Ouro Preto, Congonhas, Sabará, São João Del-Rei, Mariana e claro não podendo me esquecer do maior Museu de Arte Contemporânea a céu aberto do mundo, Inhotim, Localizado na cidade de Brumadinho.

Mariana e Brumadinho, além de uma visita solidária de bons amigos, precisam de forças para alcançar uma efetiva justiça social.

Meus amigos transeuntes, venham mesmo para BH, são muitas as opções para um roteiro turístico aqui em nossa terra amada. Muitos outros lugares, ainda não foram descobertos nem por mim e nem por meus queridos amigos que ajudaram a levantar os principais pontos turísticos daqui e da região.

Mas uma coisa é certa, além de bares, uma pitada de café e pães de queijo, vocês encontraram pelas bandas daqui, belos horizontes.

Agradecimentos especias aos amigos e amigas que ajudaram a escrever este texto: Elisângela, Ivone, Ilma, Márcia, Lucelaine, Jones, Filipe, Valéria, Juliana, Cesar, Bruna, Conceição, Robson, Bianca, Daiane e Victor.


Imagem de destaque: Pedro Cabral https://zp-pdl.com/online-payday-loans-in-america.php www.zp-pdl.com http://www.otc-certified-store.com/gastrointestinal-tract-medicine-usa.html

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