As forças fascistas miram as escolas

Valter Machado da Fonseca

O fenômeno das forças destrutivas do capitalismo é fortalecido cotidianamente por intermédio da emersão da extrema direita em nível mundial e, claro, também nos países periféricos como no caso do Brasil. É notório o surgimento em quase todas as regiões do planeta a germinação de células nazifascistas que visam trazer à tona as monstruosidades produzidas por Adolf Hitler na Alemanha e Benito Mussolini na Itália no advento da II Grande Guerra. 

A história nos mostra que para a instalação tanto do regime nazista de Hitler, como do fascismo de Mussolini o desmonte generalizado das questões sociais, como a educação e a cultura são preponderantes no sentido de garantir a sustentação das forças do autoritarismo. O ato simbólico de florescimento do nazismo de Hitler foi a queima de livros em praça pública, ato retratado em diversas películas cinematográficas. A sustentação dos regimes autoritários se dá via desenvolvimento de uma cultura do pensamento único, o que não pode se sustentar em meio à diversidade cultural e ao direito ao acesso democrático à educação.

Não é nenhuma coincidência os ataques à cultura e à educação promovidos por forças estranhas e autoritárias nos últimos quatro anos de desgoverno em nosso país. Nunca presenciamos em nossa história ataques tão monstruosos contra as conquistas sociais, à cultura e à educação como vivenciamos nesses últimos quatro anos de governo pseudofascista do capitão e sua tropa de plantão no Planalto Central do Brasil. A derrota do capitão nas urnas não significa a derrota da ideologia fascista, ela continua presente na vida dos brasileiros e mostra sua cara, principalmente nos ataques criminosos às crianças e jovens em nossas escolas.

Os diversos ataques e assassinatos nas escolas em nosso país é a expressão genuína do projeto fascista em gestação nas entranhas de nossa sociedade. E a gestação desse monstro encontra seus melhores instrumentos de ação no terreno fértil e ilusório da internet, via redes sociais. As benesses da internet, das redes sociais, da inteligência artificial são aspectos tecnológicos novos que não se apresentavam na época de Hitler e Mussolini. Assim, os princípios fascistas ganham muita força diante das tecnologias digitais. Os ataques e assassinatos generalizados contra crianças e jovens em nossas escolas, são gestados nos terrenos ilusórios e pantanosos da internet. 

A forma como as forças destrutivas capitalistas se apropria das tecnologias digitais é simplesmente avassaladora e, por incrível que pareça, gera mais-valia para as grandes plataformas de mídias digitais. Extraem-se mais valia do assassinato de crianças e jovens em nossas escolas e, os autores desses assassinatos se escondem às sombras das redes sociais. Se num passado não tão distante o regime nazifascista foi gestado e planejado via comunicação de massas, numa distorção criminosa da história, hoje, com as tecnologias digitais esta comunicação se dá por um método inédito de distorção histórica, ou seja, a inundação de notícias falsas e fraudulentas (Fake News) gestada no submundo das redes sociais, na internet.

Desta forma, as tecnologias que foram originalmente criadas para facilitar a nossa vida, transformam-se em potentes armamentos para tirar-nos a mesma vida. Assim, a arma mais potente que temos em nossa defesa é nossa própria organização, é o fortalecimento das nossas escolas, é a luta cotidiana contra as ideias nazifascistas, pois o fascismo não se discute, se combate. Quanto mais valorizarmos nossa cultura e nossa educação, mais árido se torna o terreno para a germinação das sementes dos regimes autoritários.    


Imagem destaque: Galeria de Imagens

1 comentário em “As forças fascistas miram as escolas”

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