Novo ensino médio: governo vai suspender reforma

Jornal NEXO

O ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou nesta segunda-feira (3) que a implementação do novo ensino médio será interrompida pelo governo federal. Alvo de críticas, o modelo deverá ter seu prazo de execução adiado inicialmente por 90 dias, enquanto o Ministério da Educação finaliza uma consulta pública sobre o tema. A declaração foi dada em entrevista ao jornal Diário do Nordeste.

A suspensão irá afetar as modificações no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e no Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica), que estavam previstas para 2024. “Nós pretendemos suspender esses prazos para tomar uma decisão sobre quais serão as mudanças”, disse Santana. Segundo ele, o MEC usará o período para conversar com as secretarias estaduais de educação para definir o que deve ser mantido. Segundo o jornal O Globo, o ministério já preparou uma portaria para suspender a implementação.

O governo Lula tem sido pressionado para revogar o novo ensino médio por professores e estudantes secundaristas, que foram às ruas para protestar contra a reforma no dia 15 de março. Em resposta, Santana disse que é favorável à revisão do modelo, mas que sua completa anulação não deve acontecer.

Promulgado em 2017 por Michel Temer, o projeto foi criado sob a justificativa de que a educação brasileira vinha apresentando baixos resultados no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), o que demandava uma nova organização curricular. A nova proposta prometia aumentar a carga horária de ensino e a autonomia dos alunos, que poderiam escolher uma parte das disciplinas que fossem estudar, mas sofreu críticas porque teria sido construída sem o diálogo com educadores e alunos.

Desde o início da implementação do NEM durante a gestão Bolsonaro, as escolas têm enfrentado dificuldades na oferta de disciplinas e no preenchimento da carga horária exigida. Estudantes relatam uma grande diferença na adaptação das instituições, a depender da infraestrutura e verba disponíveis e especialistas apontam para o potencial do modelo para agravar a desigualdade social no país.


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