Desinformação e fake news – Eleições e cotidiano 

Fabrício Robson de Oliveira

Você já leu alguma notícia falsa? Assistiu algum vídeo ou ouviu algum áudio que trazia consigo desinformações? E imagem manipulada ou fora de contexto? Com quase toda certeza você já, pelo menos, ouviu falar do Bug do Milênio, onde houve uma espécie de pânico em todo o globo; mas creio que a inverdade que muita gente acreditou foi o intrigante fim do mundo em 2012, além de centenas de outros casos.

Um dos grandes fatores para disseminação de notícias falsas é a preguiça de ler. Pense um pouco: Você lê uma matéria toda? Checa as informações do que leu, ouviu ou assistiu? Compartilha sem ler?

Fake news e desinformação

As fake news são notícias imprecisas, fora de contexto ou fabricadas; boatos e rumores; e são divulgadas principalmente por meio da internet e possuem um grande poder de se tornar viral e tem como objetivo, basicamente, o de influenciar opiniões e decisões da sociedade. Tais “notícias” fazem com que as pessoas as consumam e a espalhem, sem confirmação se tal conteúdo é verdadeiro.

Segundo Leite e Matos (2017. p. 2336), a desinformação ocorre quando o indivíduo perde o senso crítico, “gerando uma mecanização no comportamento dos indivíduos acerca da informação, de modo que acabam se comportando como propagadores de uma onda de ‘poluição informacional’.”.

As chamadas fake news estão presentes em todo o globo, e no Brasil não seria diferente. Há pouco tempo observamos um aumento gigante de desinformação e notícias falsas durante a pandemia de Covid-19, que causaram um enorme desserviço ao enfrentamento da pandemia em todo o globo; tendo em contrapartida, campanhas governamentais lentas. Há ainda as notícias relacionadas a conflitos; guerras; narrativas; o leque de seu uso é enorme.

Eleições 2022

Estamos em ano eleitoral no Brasil (2022), que conta com mais de 156 milhões de eleitores aptos a votar, centenas de candidatos e um país cada vez mais polarizado; as fake news e as desinformações serão a cada dia mais intensas; com divulgação em massa nas redes para fins eleitoreiros, infelizmente.

Com base nas eleições e posicionamentos políticos atuais no Brasil, podemos exemplificar que grupos de indivíduos que mantêm os mesmos valores e/ ou crenças se comunicam entre si, compartilhando informações e notícias que raramente destoam de suas opiniões. Esse grupo ou bolha social/ digital faz com que estes indivíduos muitas vezes, não conseguem conviver ou enxergar indivíduos que possuem opiniões diferentes, o que causa a polarização extrema.

Se consumirmos apenas uma linha de conteúdo que nos agrada; notícias de pessoas que nós exaltamos, por exemplo, tendemos a considerar que estas notícias e informações compartilhadas são verdadeiras, e tal convicção faz com que tais informações sejam repassadas novamente, criando desta forma as fake news. Procure informações que são contrárias ao que você pensa.

Ainda neste contexto político, a polarização acentua as fake news e as desinformações e vice-versa. Tais notícias alcançam todas as classes e níveis de escolaridade; depende apenas do indivíduo saber identificar a veracidade das informações.

A desinformação alimentada por rumores, teorias da conspiração, distorções, podem implicar em nenhuma consequência de natureza grave, podendo ser considerada apenas uma “brincadeira”; mas pode acarretar consequências gravíssimas e sérias. No final, não é apenas por movimento políticos/ partidários; religiosos, ou outros; mas impactam na vida das pessoas.

Em todo o mundo, já morreram dezenas de pessoas vítimas de notícias falsas, e outras, que sofreram de modos e maneiras diferentes, como racismo, xenofobia e bullying, por exemplo.

E o que fazer? 

Infelizmente, grande parcela da população que não lê conteúdos consome apenas os títulos e chamadas de notícias e, mesmo assim, repassa informações sem ao menos ler tudo. Cuidado! Você é o responsável pelas informações que compartilha. A simples ação de buscar no Google ou sites de checagem para verificação de notícias ajuda a identificar as fake news. Opte por fontes oficiais.

Atualmente o termo fake news está sendo utilizado para qualquer informação que não é do agrado do leitor. Se há uma nota, uma menção ou imagem que desagrade o pensamento, automaticamente, a informação já é considerada uma fake news.

Utilize principalmente o seu BOM SENSO e seja sobretudo, ÉTICO. O combate à desinformação é responsabilidade de todo cidadão.

Sobre o autor
Especialista em Direito Internacional; Bacharel em Direito e Pesquisador em Segurança e Defesa.

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