É preciso escrever para diferentes públicos. É preciso levar para muito além dos pares, a pesquisa e o conhecimento produzidos nas universidades públicas brasileiras. Por isso, tenho me interessado cada vez mais pelo universo da literatura infantil e juvenil. Porque acredito que este é um público que merece atenção e respeito.
É neste movimento que situo o livro infantil Antonieta, escrito por Eliane Debus, que conta com belas ilustrações, em aquarela, de Annie Ganzala.
O convite vem a partir de uma pergunta: quem é Antonieta de Barros?
Filha de Catarina de Barros e Rodolfo de Barros, Antonieta de Barros nasceu na cidade de Desterro (atual Florianopólis, SC), no ano de 1901. Aos vinte anos, formou-se professora e militou durante toda uma vida pelo direito de mulheres e negros à educação, tendo sido a fundadora da Liga do Magistério em 1925. Fez uso da palavra para defender a educação como direito e em 1934, foi eleita a primeira mulher deputada estadual em Santa Catarina. Antonieta se permitiu ter outro nome, Maria da Ilha, pseudônimo com o qual publicou o livro Farrapos de ideias, em 1937.
Antonieta foi plural e foi única. Antonieta foi professora, jornalista, escritora, militante, parlamentar, nome de rua, nome de escola…
Para saber mais:
DEBUS, Eliana. Antonieta. Tubarão: Copiart, 2020.