Um falso 07 de Setembro

Sander Palmer

As vezes me pergunto se é possível viver em  um mundo onde exercer a empatia não seja tão complicado. Utópico? Talvez.

Brasil, 07 de setembro de 2020, manhã de segunda feira, os jornais anunciavam: “O Brasil ultrapassa os 120 mil mortos por COVID-19 e mais de 4 milhões de infectados”. Nas ruas do país centenas de trios elétricos e uma multidão de pessoas vestindo verde e amarelo saem a cantar e celebrar o dia da independência. Em meio aos gritos de “liberdade” proposto pela independência, era possível escutar também gritos de um bolsonarismo que se misturava e destilava sobre estas terras o veneno do ódio.

O estado de violência que compõe o bolsonarismo, nada mais é do que o retrato dele mesmo, uma fotografia identitária do fascismo. Diante disso, devemos questionar que 7 de setembro é este? Ou melhor, para quem é essa falsa ideia de independência? Nas ruas uma elite com um discurso colonizador, racista, machista, homofóbico, que ignora totalmente a existência de um vírus, além de desconsiderar as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), e orquestram a morte de muitos, e tentam silenciar as vozes dos que querem falar.

No entanto, do trampolim do silêncio, outras vozes fazem o movimento de romper o silenciamento, e se fazem ser ouvidas, dentro e fora dos limites das terras brasileiras. O grito de independência é um ponto estático na história do Brasil, as lutas diárias de corpos matáveis (Necropolítica)  por direito a vida mostram que o Brasil vive um falso 7 de setembro desde sempre.

Como disse o Padre Júlio Lancellotti: “Existir no Brasil já é uma rebeldia.”


Imagem de destaque: Manifestação na Avenida Paulista. 7 de setembro de 2020. Foto: Allan White

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