Uma revisão bibliográfica sobre a Educação a Distância (EaD) no Brasil

Elaine A. Teixeira Pereira

Rita Cristina Lima Lages

Oferecemos, neste número do Pensar a Educação em Revista, uma oportunidade de reflexão sobre a Educação a Distância (EaD) no tempo presente, considerando, sobretudo, sua prática no contexto da pandemia do novo Coronavírus. No cenário da excepcionalidade da pandemia e do consequente isolamento social que reorientou modos de organizar a vida, a escola encontrou-se/encontra-se diante da imediata necessidade de repensar e de reorganizar seus tempos e modos de ensino, fato que tem gerado uma profusão de discussões e debates – matérias na mídia, lives, webnários etc. – acerca da temática da educação a distância, do ensino on-line, do ensino remoto, entre outras práticas. Diante de tal situação, foi planejado este número do Pensar a Educação em Revista, intitulado EaD no Brasil: atualidade e perspectivas, com fins de contribuir para uma qualificada  compreensão  da  prática  da  Educação  a  Distância  nos  processos educativos a partir de relevantes trabalhos produzidos no Brasil e em outros países.

Apresentamos, portanto, o artigo de revisão bibliográfica que tem por título “Educação, Educação a Distância e tecnologias digitais: perspectivas para a educação pós-Covid-19”, produzido pelo professor associado da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Eucidio Pimenta Arruda. Como professor da FaE-UFMG, Arruda atua na área de Políticas Públicas em Educação e Tecnologias de Informação e Comunicação, é professor permanente do Programa de Pós- Graduação em Educação: Conhecimento e Inclusão e exerce as funções de coordenador do sistema Universidade Aberta do Brasil na UFMG e de Diretor de Inovação e Metodologias de Ensino. O professor é autor dos livros: Ciberprofessor: Novas Tecnologias, Ensino e Trabalho Docente (Autêntica, 2004), Aprendizagens e jogos digitais (Alinea, 2011) e Fundamentos para o desenvolvimento de jogos digitais (Tekne, 2014), além de diversos artigos e capítulos de livros publicados. Desenvolve projetos de pesquisa nas áreas de modelagem computacional, formação de professores e ensino e aprendizagem por meio de tecnologias digitais.

No artigo de revisão que ora apresentamos, o autor organiza sua escrita em dois planos, quais sejam: no primeiro, preocupa-se em situar historicamente a emergência da temática educação e tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC), a partir da revolução microinformática de fins dos anos 1970, e como estas foram implementadas nos currículos escolares. Pondera que, apesar de “um crescimento intensivo de acesso a equipamentos e à internet, não nos é possível afirmar que o campo educacional tenha investido ou investigado de forma mais ostensiva esse campo teórico-empírico” (p. 01).

No segundo momento, a preocupação do autor é indicar textos nos quais os educadores possam encontrar aportes teóricos que os orientem criticamente para o uso das tecnologias digitais. Com o fechamento das escolas em todo o mundo e o isolamento de cerca de 90% dos alunos, há, segundo o autor, “a necessidade de a escola repensar suas práticas a partir da emergência da educação remota no contexto do Coronavírus” (p. 02).

Neste segundo momento do plano da escrita, ao indicar os dez trabalhos por ele considerados mais relevantes, o olhar do autor se volta, sobretudo, para produções recentes, com ênfase para aquelas datadas entre os anos de 2016 e 2020, e enquadra tais

textos em dois campos dentro da temática em pauta: a  preocupação  com  a  formação docente; a EaD como modalidade de ensino. No que concerne à formação de professores,

destacamos uma consideração feita pelo autor, baseando-se em pesquisas recentes que mostram que os professores, “subitamente precisaram tornar-se digitais em um contexto de desigualdades sociais, de acesso a equipamentos, de lacunas formativas dos docentes e incipiência de modelos pedagógicos baseados no uso remoto de tecnologias digitais” (p. 02).

A excepcionalidade da pandemia fez, segundo Arruda, “transparecer as dificuldades das instituições de ensino de todos os níveis em incorporar TDIC em suas práticas” (p. 07), apontando para a escassez de softwares e hardwares elaborados para fins educacionais e indicando, assim, “uma oportunidade para se repensar o desenvolvimento de tecnologias que possam ser aplicadas nos processos educativos” (p. 07).

O segundo campo de textos analisados é dedicado à Educação a Distância como modalidade de ensino. O autor chama a atenção para reiteradas críticas, de pesquisadores e profissionais da Educação, direcionadas à EaD, e relacionadas “a pré-conceitos a respeito da modalidade, à incipiência da experiência brasileira, que data apenas da metade dos anos 2000 no nível do ensino superior” (p. 07). A propósito das críticas, destaca os

 

termos do próprio Decreto (n. 9057, de 2017) que regulamenta a EaD no Brasil. Segundo o parágrafo 1º do documento, a educação a distância é uma “modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorra com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com pessoal qualificado” (p. 07). Há, na expressão “com pessoal qualificado”, segundo Arruda, “um reflexo da ideia de que EaD possui menos qualidade que educação presencial” (p. 08). Chama a atenção para o que é necessário informar: “que quem trabalha nessa modalidade é ‘qualificado’, como se fosse possível não ser” (p. 08).

Nesse segundo conjunto de textos, há uma preocupação em tratar dos que procuram analisar as diferenças conceituais entre educação remota e EaD. E que também se preocupam em discutir como a escola deve se preparar “para contextos em que a presença física possa ser prescindida em caráter emergencial” (p. 11).

Apostamos que os trabalhos indicados pelo autor em seu artigo de revisão poderão servir, segundo ele próprio considera, como importantes aportes para os profissionais da educação no tocante a uma melhor compreensão e reorganização de suas práticas na modalidade do ensino a distância ou do ensino remoto. Estejam essas práticas inscritas

em caráter de excepcionalidade, como é o caso do momento atual com o isolamento social

imposto pela pandemia, ou em suas práticas “regulares”, mediadas pelas tecnologias digitais.

Como de costume, além do artigo inédito de revisão, apresentamos o sumário da revista com outros dez textos disponíveis on-line, acompanhados de seus respectivos links de acesso, a partir dos quais os interessados poderão verticalizar seus conhecimentos.

Desejamos uma proveitosa leitura a todos e todas!

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