Um 2016 para entender! Um 2017 para combater!!

Ao longo do ano, acompanhamos com apreensão e vivo interesse os movimentos políticos, intelectuais e pedagógicos que fizeram de 2016 um dos anos mais terríveis de nossa história. Definitivamente, esse não foi um ano bom para quem defende a democracia, o Estado de Direito e as políticas sociais inclusivas do “lado de baixo do equador”.

Não bastasse o fortalecimento dos grupos conservadores e reacionários que passaram a ocupar ostensivamente o espaço público de forma desenvolta, tais grupos lograram uma articulação digna dos períodos mais sombrios de nossa história. Isso, somado aos crescentes erros cometidos pelo Governo Dilma Rousseff na condução da política econômica e na relação com os movimentos sociais organizados mais à esquerda, redundou não apenas no Golpe Parlamentar que cassou o mandato da Presidenta, mas no desmonte rápido e ostensivo do Estado brasileiro e de suas políticas sociais.

No campo da educação, o saldo é extremamente negativo. A rápida tramitação e aprovação da PEC que limitará os gastos públicos pelos próximos 20 anos mostra a sanha entreguista e privatista do governo golpista, do parlamento e de parcela significativa do judiciário no que diz respeito às responsabilidades do Estado brasileiro em relação às demandas da população, sobretudo daquela mais pobre. O vaticínio de vários analistas é de um desmonte das políticas, uma precarização dos serviços públicos e uma cada vez maior presença da iniciativa privada em setores essenciais de atendimento à população, como a educação e a saúde.

Do mesmo modo, a edição da MP que reforma o Ensino Médio, já aprovada na Câmara e, agora, sob análise do Senado, mostra o alinhamento do governo com uma formação dirigida para e pelo “mercado”, com o consequente esvaziamento da formação geral e cidadã da maioria dos jovens brasileiros. Tanto na forma quanto no conteúdo, a MP do Ensino Médio é uma agressão ao direito à educação e à formação para o exercício pleno da cidadania. Mas a privatização da educação caminha a passos largos também na concepção e gestão das políticas e ações educacionais as mais variadas em todo o país.

Em contrapartida, os movimentos sociais em defesa da democracia, do Estado de Direito e, mais especificamente, da educação pública, ocuparam o espaço público e demonstraram a insatisfação da sociedade organizada com os descalabros e a desfaçatez que tomaram conta da República. A ocupação das escolas e universidades pelos estudantes consolidou uma nova modalidade de ação e estabeleceu novos patamares de organização para o movimento estudantil.

Quanto aos professores e demais profissionais da educação, a suas reações, apesar de contundentes, ficaram certamente muito aquém da importância numérica, política, social e cultural desses profissionais no conjunto da sociedade brasileira. De sua maior organização e mobilização para a luta política e educacional dependerá, certamente, a mudança dos rumos da educação brasileira nesses tempos sombrios.

Finalmente, mais uma lição fundamental que ficou de 2016: a importância das mídias e dos meios de comunicação na elaboração, operacionalização e sustentação do golpe e do desmonte do Estado. A ação absolutamente parcial dos jornais, revistas e emissoras de rádio e TV, com seus tentáculos no conjunto dos média nos mostraram que é fundamental que discutamos mais o assunto e que tenhamos uma formação adequada para enfrentar o poderio desses grupos no constrangimento que fazem ao estabelecimento da democracia e de políticas sociais inclusivas no Brasil.

Enfim, esse foi um ano que, como dissemos, a polícia venceu a política e que, certamente, teremos pouco a comemorar. Mas foi um momento de aprendizagens coletivas e de novas formas de ocupação democrática do espaço público. Sustentar tais ações, demonstrando que os ocupantes dos três poderes da República, que sacrificaram a democracia e os direitos da população para manter e ampliar seus privilégios e daqueles que os mantém no poder, não nos representam, é fundamental. E para isso estaremos, em 2017, com disposição renovada. Que venha 2017, pois amanhã vai ser outro dia e havemos de amanhecer, como vaticinavam outrora nossos melhores e combativos poetas!

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Um 2016 para entender! Um 2017 para combater!!

[Editorial do Jornal Pensar a Educação em Pauta Ano 4 – Nº 149 / sexta-feira, 16 de dezembro de 2016 ]

Ao longo do ano, acompanhamos com apreensão e vivo interesse os movimentos políticos, intelectuais e pedagógicos que fizeram de 2016 um dos anos mais terríveis de nossa história. Definitivamente, esse não foi um ano bom para quem defende a democracia, o Estado de Direito e as políticas sociais inclusivas do “lado de baixo do equador”.

Não bastasse o fortalecimento dos grupos conservadores e reacionários que passaram a ocupar ostensivamente o espaço público de forma desenvolta, tais grupos lograram uma articulação digna dos períodos mais sombrios de nossa história. Isso, somado aos crescentes erros cometidos pelo Governo Dilma Rousseff na condução da política econômica e na relação com os movimentos sociais organizados mais à esquerda, redundou não apenas no Golpe Parlamentar que cassou o mandato da Presidenta, mas no desmonte rápido e ostensivo do Estado brasileiro e de suas políticas sociais.

No campo da educação, o saldo é extremamente negativo. A rápida tramitação e aprovação da PEC que limitará os gastos públicos pelos próximos 20 anos mostra a sanha entreguista e privatista do governo golpista, do parlamento e de parcela significativa do judiciário no que diz respeito às responsabilidades do Estado brasileiro em relação às demandas da população, sobretudo daquela mais pobre. O vaticínio de vários analistas é de um desmonte das políticas, uma precarização dos serviços públicos e uma cada vez maior presença da iniciativa privada em setores essenciais de atendimento à população, como a educação e a saúde.

Do mesmo modo, a edição da MP que reforma o Ensino Médio, já aprovada na Câmara e, agora, sob análise do Senado, mostra o alinhamento do governo com uma formação dirigida para e pelo “mercado”, com o consequente esvaziamento da formação geral e cidadã da maioria dos jovens brasileiros. Tanto na forma quanto no conteúdo, a MP do Ensino Médio é uma agressão ao direito à educação e à formação para o exercício pleno da cidadania. Mas a privatização da educação caminha a passos largos também na concepção e gestão das políticas e ações educacionais as mais variadas em todo o país.

Em contrapartida, os movimentos sociais em defesa da democracia, do Estado de Direito e, mais especificamente, da educação pública, ocuparam o espaço público e demonstraram a insatisfação da sociedade organizada com os descalabros e a desfaçatez que tomaram conta da República. A ocupação das escolas e universidades pelos estudantes consolidou uma nova modalidade de ação e estabeleceu novos patamares de organização para o movimento estudantil.

Quanto aos professores e demais profissionais da educação, a suas reações, apesar de contundentes, ficaram certamente muito aquém da importância numérica, política, social e cultural desses profissionais no conjunto da sociedade brasileira. De sua maior organização e mobilização para a luta política e educacional dependerá, certamente, a mudança dos rumos da educação brasileira nesses tempos sombrios.

Finalmente, mais uma lição fundamental que ficou de 2016: a importância das mídias e dos meios de comunicação na elaboração, operacionalização e sustentação do golpe e do desmonte do Estado. A ação absolutamente parcial dos jornais, revistas e emissoras de rádio e TV, com seus tentáculos no conjunto dos média nos mostraram que é fundamental que discutamos mais o assunto e que tenhamos uma formação adequada para enfrentar o poderio desses grupos no constrangimento que fazem ao estabelecimento da democracia e de políticas sociais inclusivas no Brasil.

Enfim, esse foi um ano que, como dissemos, a polícia venceu a política e que, certamente, teremos pouco a comemorar. Mas foi um momento de aprendizagens coletivas e de novas formas de ocupação democrática do espaço público. Sustentar tais ações, demonstrando que os ocupantes dos três poderes da República, que sacrificaram a democracia e os direitos da população para manter e ampliar seus privilégios e daqueles que os mantém no poder, não nos representam, é fundamental. E para isso estaremos, em 2017, com disposição renovada. Que venha 2017, pois amanhã vai ser outro dia e havemos de amanhecer, como vaticinavam outrora nossos melhores e combativos poetas!

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