Professor: até que ponto contribui para a decadência do ensino no Brasil? – exclusivo

Tiago Tristão Artero

Qual linha pedagógica seguir? O que fazer para o aluno aprender e motivar-se? Como encontrar um caminho em meio a tantas informações e possibilidades de atuação? Para sairmos do marasmo educativo, em qual faixa etária é possível inovar?

O fato é que o ensino no Brasil vai mal.

Os profissionais da educação encontram dificuldade até mesmo em dizer sob qual olhar pedagógico atuam, não pelas possibilidades de manifestação da educação, mas porque, em muitos casos, nem mesmo sabem sob quais olhares a educação se desenvolveu.

Traçando um paralelo com o ensino de décadas anteriores, a maioria das instituições tinha no Ensino Tradicional sua referência de atuação. Agora, as manifestações do ensino estão confusas. Não se sabe, ao certo, qual caminho trilhar em meio a tantas possibilidades de conteúdos e práticas pedagógicas. 

Anote-se que o mais assustador é que os profissionais da educação parecem não saber do que se trata quando são feitos apontamentos sobre a própria atuação.

Percorro escolas conversando com professores e ministrando palestras. Há, em muitos casos, uma mistura de conceitos, que ao meu ver, quando feita conscientemente, torna-se uma possibilidade de atuação, mas que, quando a prática está desvinculada e descompromissada de qualquer reflexão, consolida-se a exteriorização da ignorância. Esses “frutos” serão o “alimento” dos nossos alunos… filhos… netos.

Já citei, em edições anteriores, as possibilidades de atuação que cabe a todo profissional da educação saber, pois é a prática do próprio professor. Prendemo-nos a detalhes e tarefas do dia-a-dia… esquecemos de saber o que estamos fazendo.

Parece que a reflexão não faz parte do ser humano… nem na educação… nem na política… nem nas exteriorização de opiniões, muitas vazias… nem mesmo quando deixamos de fazer o que tanto recomendamos aos nossos alunos: “fazer do estudo o porto seguro de nossa prática”!!!

Assim, deixamos de lado os conceitos basilares de cada matéria. Relegamos ao Ensino Infantil e Ensino Fundamental 01 o que há de pior na educação, mesmo sabendo que quando a educação começa mal (primeiros anos), termina mal (Ensino Médio, Ensino Superior e mercado de trabalho).

Por que nos assustamos quando vemos o Brasil como um dos campeões em má qualidade da educação? Por acaso é possível estabelecer uma relação de confiança quando relegamos o público mais importante (as crianças) à condição de alunos “café-com-leite”, desvinculando o lúdico do processo ensino-aprendizagem, viciando a atuação dos profissionais ao comodismo que não busca o ensino de excelência. Mais triste é quando tratamos os alunos como “clientes” e os professores como “serviçais da má educação”.

Há que valorizar dois pontos fundamentais para que não prostremos nossa sociedade à condição de precariedade e busquemos o desenvolvimento cultural e social: manter o profissionais do Ensino Infantil e Ensino Fundamental 01 em constante estudo e reflexão da própria prática e entender que as crianças merecem a melhor (não a mais cara) estrutura física e humana para seu atendimento (consequentemente as políticas e adaptações para tal) . O restante é “blá, blá, blá”.

 

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