Os movimentos sociais em 50 tons de pele negra e o colorismo na escola!

Laís Melo

Em meio a tantas mortes de pessoas inocentes como Georg Floyd, e aqui no Brasil a do João Pedro, de 14 anos, ambos mortos pela polícia, começamos a refletir cada dia mais sobre os movimentos sociais como o Black Lives Matter, traduzido para o português (brasileiro), Vidas Negras Importam, fundado em 2013, percebemos que só os movimentos não conseguem atingir a totalidade, e que a educação é uma base libertadora e transformadora.

Vemos que a escola é um local de aprendizado, onde crianças e adolescentes frequentam boa parte do tempo, é como se fosse um estágio para a sociedade, onde elas ensaiam suas primeiras decisões, angústias, amores, valores, medos e preconceitos. Contudo, é evidente que a escola não é a única instituição responsável de mudar valores e erradicar o racismo.

Concordamos ao enfatizar que as mudanças antirracistas nas instituições não iriam sanar todos os problemas raciais da nossa sociedade, porém, a possibilidade de um resgate da história e valorização da cultural afro-brasileira, ressignificaria a história.

A valorização da cultura e identidade negra é imprescindível para combater os símbolos de inferioridades que foram direcionados propositalmente ao corpo negro ao longo da memória histórica.

O colorismo é uma forma de preconceito com pessoas da mesma etnia, que são tratadas diferentemente com base na tonalidade de sua pele, significa que quanto mais clara for a pele da pessoa negra, menos preconceito ela sofrerá, pois entende-se que está mais próxima da etnia branca, o racismo, por sua vez, se orienta na identificação do sujeito como pertencente a certa raça para poder exercer a discriminação, no caso contra a etnia negra.

Nas escolas o colorismo afeta as crianças e adolescentes, provocando falta de identificação da cultura negra, uma vez que essa é tratada como uma subcultura. A proposta de beleza é geralmente voltada para o estilo europeu, o que traz um conflito interno para as crianças e adolescentes negras que estão em formação e desenvolvimento físico, mental e social.

Logo presumimos que os movimentos sociais, luta em favor dos oprimidos quanto a ousadia de criar espaços de diálogo, transformando a realidade tão necessária no Brasil e no mundo, fazendo reconhecer o racismo no Brasil e a necessidade de uma educação reparadora, as ações afirmativas de promoção da igualdade e equidade para redução das desigualdades.

É preciso ocupar o lugar de fala, para ir em busca de desenvolvimento, inserção social e construção de identidades, mas para isso é vital a educação libertadora com o uso da aplicação da Lei nº10.639/03, como também das práticas educativas inseridas no cotidiano dos estudantes, fazendo valer a pluralidade cultural.


Imagem de destaque: São Paulo 25/07/2017 – Ato de Mulheres Negras e Indígenas, na Praça Roosevelt – Paulo Pinto/Agência PT

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