Os jovens e a tecnologia

Rosangela da Silva Gomes*

Nunca nos deparamos tanto com o termo “estar conectado” como atualmente.

Essa expressão refere-se ao indivíduo que se encontra atento, ligado a tudo que acontece ao redor, com acesso ininterrupto ao mundo sem sair do lugar, por meios de recursos tecnológicos.

Atualmente, conectar-se e manter-se conectado virou tendência, e é o que mais fazem os jovens, através da internet, facilmente acessível por meio de computadores, tablets, ou smartphones, a necessidade de estar online o tempo todo passou de simples diversão para meio de sobrevivência.

Numa era onde tudo se atualiza velozmente, a tecnologia torna-se aliada na busca pelo novo e moderno, e manter-se conectado é parte dessa busca constante.

A maior parte dos jovens que passa o dia na rede optam por descartar outras atividades ou hábitos, para suprir a necessidade obsessiva de permanecer ligado ao resto do mundo, seja em salas de bate-papo, redes sociais ou jogando virtualmente.

A ânsia tecnológica atinge todos os públicos, das mais variadas idades. Ninguém escapadas façanhas da tecnologia, que envolve e imobiliza cada vez mais as pessoas ao redor do mundo.

Hoje é praticamente impossível pensar em ver as horas, chamar um taxi, procurar um endereço ou registrar um momento através de uma foto, sem que se faça uso de algum recurso oferecido pela tecnologia, na maioria das vezes disponível nas mãos, através dos celulares.

Não fazer uso de recursos tecnológicos é insistir em viver na contramão do tempo moderno em que vivemos, marginalizando-se e distanciando-se dos demais do grupo em que se vive.

Ponderar o acesso e o tempo de conexão com o mundo digital tornou-se o grande desafio da família moderna, pois tudo acontece pelo celular e pela internet: pais recomendam conselhos aos filhos, filhos avisam e justificam sua ausência aos pais através de aplicativos de troca de mensagens, tudo ocorre automaticamente e pouco a pouco a distância física é aumentada imperceptivelmente.

O uso desenfreado e ilimitado da tecnologia esfria relacionamentos e afasta as pessoas, ao contrário do que se promete alcançar ao tornarem-se usuários desses recursos.

É certo que a evolução tecnológica facilita a evolução humana, em contrapartida, o excesso e uso negligente de tantas ferramentas facilitadoras extingue as habilidades criativas e compromete a liberdade dos seres humanos.

É preocupante a dependência tecnológica dentro de todas as faixas de idade, entretanto, os jovens merecem destaque, diante da fase de transição em que se encontram: a passagem da infância e adolescência para a vida adulta.

Essa fase de preparação e aprendizagem exige muito esforço e vontade de chegar á fase adulta o mais pronto possível, e nota-se falta de esforço para cumprir esse preparo, pois se busca cada vez mais pelo prático, pronto e rápido.

É certo que a tecnologia é instrumento que ajuda o jovem no desenvolvimento e autoconhecimento, porém, o uso compulsivo (como é feito pela maior parte dos jovens) traz inclusive riscos para a saúde.

Recentemente a OMS (Organização Mundial da Saúde) reconheceu no comportamento de jovens que usam jogos (um recurso tecnológico atual) de maneira desenfreada, alterações comportamentais prejudiciais, e com isso, incluirá na lista mundial de doenças, a dependência de jogos virtuais, intitulada por transtorno dos jogos virtuais.

A desvantagem dessa dependência (fora o fator prejudicial à saúde dos usuários) é o fato da insegurança em viver fora da tecnologia: crianças, adolescentes, jovens e adultos de todas as idades se consideram incapazes de estabelecer rotinas e hábitos que não envolvam qualquer recurso tecnológico.

Qual o perfil do adulto que virá no futuro através dessas pessoas tão novas e tão dependentes? Adultos cômodos, incapazes de pensar além do que se pesquisa na internet, com sede de novidades e sem paciência para esperar por elas.

O que de fato essas pessoas aprendem com a tecnologia? Ou será que desaprendem: desaprendem a explorar ambientes, conhecer gente nova, fazer amigos, paquerar, marcar encontro e viver a ânsia de encontrar-se com alguém pela primeira vez.

A importância da tecnologia pode ser descrita em uma lista com muitos itens, e o mais importante deles é a possibilidade de evoluir.

Evoluir é necessário e primordial. Modernizar e aplicar tecnologia no dia-a-dia das pessoas a fim de facilitar as tarefas é também uma grande necessidade, no entanto, o grande segredo é a dosagem e equilíbrio do uso desses recursos.

O futuro depende do rumo tomado no presente: os jovens devem usar a tecnologia como aliada na evolução e desenvolvimento de suas habilidades e capacidades, bem como na ampliação do conhecimento, visando chegar ao futuro próximo o mais preparado possível.

*Rosangela da Silva Gomes, mestranda em Ciências da Documentação e Informação pela Universidade de Lisboa. Especialista em Gestão de Bibliotecas Escolares e formada em Biblioteconomia pela PUC-Campinas. Bibliotecária Documentalista no Instituto Federal de São Paulo.


Imagem de destaque: Rainer Maiores / Pixabay

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