Movimento Educação Democrática no Paraná

No dia 20 de outubro deste ano, a Universidade Federal do Paraná, no Setor Palotina, sediou o evento “Movimento Educação Democrática no Paraná”, como parte das atividades do projeto de mesmo nome, lançado na UFPR em Curitiba no último dia 25 de setembro. Este projeto resulta do propósito de articular ações que ocorrem nacionalmente em nome da democracia na educação e que agora passam a ser conjugados, articulados, visando dar maior visibilidade e força a iniciativas antes isoladas.

Sob a coordenação local do professor Cássio Alves, a atividade contou com a participação de Douglas Rezende, que tem estudado o momento crítico de ameaça à liberdade de expressão nas escolas, em especial o movimento Escola Sem Partido. Também estiveram presentes os representantes do sindicato dos professores da UFPR, bem como representantes do sindicato dos professores da rede estadual do município de Palotina – PR.

Considerando o avanço de iniciativas que visam cercear o trabalho docente, torna-se imprescindível discutir as políticas públicas e os projetos de lei que censuram e até criminalizam a discussão, dentro das escolas e das universidades, de temas como gênero, relações étnico-raciais, desigualdades sociais dentre outros assuntos que configuram espaços plurais e democráticos.

A criação de um movimento nacional que congregue ações comuns foi iniciativa do docente Fernando Penna, da Universidade Federal Fluminense (UFF), que buscou criar algo mais propositivo para viabilizar a articulação destas ações, além de criar uma bandeira que identifique a causa democrática. A precarização da educação, o radicalismo e o extremismo religioso têm objetivado um clima de hostilização e de patrulhamento ideológico, em que o professor passa a ser considerado alguém mal intencionado, que precisa ser constantemente vigiado e até punido se for o caso.

É preciso uma atenção redobrada para essas questões também na universidade, tendo em vista que ela representa um espaço da pluralidade, da criatividade, do respeito às diferenças e de luta contra toda forma de discriminação. Portanto, o movimento visa pensar a educação democrática não somente ao nível da educação básica, mas compreende também a educação superior, já que toda a educação, em todos os níveis, está sob ameaça. A posição da universidade, como instância crítica da sociedade, deve ser preservada sem o temor de ser controlada ou mesmo censurada.

Nesse sentido, além de problematizar programas e projetos de caráter reacionário, o movimento também objetiva criar rede de apoio ao professor e às escolas, esclarecendo a respeito do que diz a legislação e orientando em casos mais pontuais, em que o professor venha a se sentir censurado ou ameaçado de alguma forma.

Não se pode perder de vista que a educação é processo democrático e que não se pode ignorar o que ocorre fora de seus muros, tendo em vista que são contextos que não existem independentemente, mas que se interrelacionam. Os problemas da sociedade (preconceito, discriminação, desigualdades de toda ordem) são também problemas educacionais, visto que orientam a socialização que se constrói dentro do espaço escolar. Nesse sentido, o debate ético adquire centralidade neste momento, onde a polarização e o extremismo de opiniões tem caracterizado a discussão. É importante que se possa ir além, contudo, de meramente denunciar os ataques aos direitos dos professores, mas também que se possam propor alternativas, bem como atuar na conscientização quanto às graves consequências de se colocar limitações à liberdade de pensamento e de expressão à atividade pedagógica e, em especial, ao trabalho do professor.

Raquel Angela Speck

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Movimento Educação Democrática no Paraná

Raquel Angela Speck

 

No dia 20 de outubro deste ano, a Universidade Federal do Paraná, no Setor Palotina, sediou o evento “Movimento Educação Democrática no Paraná”, como parte das atividades do projeto de mesmo nome, lançado na UFPR em Curitiba no último dia 25 de setembro. Este projeto resulta do propósito de articular ações que ocorrem nacionalmente em nome da democracia na educação e que agora passam a ser conjugados, articulados, visando dar maior visibilidade e força a iniciativas antes isoladas.

Sob a coordenação local do professor Cássio Alves, a atividade contou com a participação de Douglas Rezende, que tem estudado o momento crítico de ameaça à liberdade de expressão nas escolas, em especial o movimento Escola Sem Partido. Também estiveram presentes os representantes do sindicato dos professores da UFPR, bem como representantes do sindicato dos professores da rede estadual do município de Palotina – PR.

Considerando o avanço de iniciativas que visam cercear o trabalho docente, torna-se imprescindível discutir as políticas públicas e os projetos de lei que censuram e até criminalizam a discussão, dentro das escolas e das universidades, de temas como gênero, relações étnico-raciais, desigualdades sociais dentre outros assuntos que configuram espaços plurais e democráticos.

A criação de um movimento nacional que congregue ações comuns foi iniciativa do docente Fernando Penna, da Universidade Federal Fluminense (UFF), que buscou criar algo mais propositivo para viabilizar a articulação destas ações, além de criar uma bandeira que identifique a causa democrática. A precarização da educação, o radicalismo e o extremismo religioso têm objetivado um clima de hostilização e de patrulhamento ideológico, em que o professor passa a ser considerado alguém mal intencionado, que precisa ser constantemente vigiado e até punido se for o caso.

É preciso uma atenção redobrada para essas questões também na universidade, tendo em vista que ela representa um espaço da pluralidade, da criatividade, do respeito às diferenças e de luta contra toda forma de discriminação. Portanto, o movimento visa pensar a educação democrática não somente ao nível da educação básica, mas compreende também a educação superior, já que toda a educação, em todos os níveis, está sob ameaça. A posição da universidade, como instância crítica da sociedade, deve ser preservada sem o temor de ser controlada ou mesmo censurada.

Nesse sentido, além de problematizar programas e projetos de caráter reacionário, o movimento também objetiva criar rede de apoio ao professor e às escolas, esclarecendo a respeito do que diz a legislação e orientando em casos mais pontuais, em que o professor venha a se sentir censurado ou ameaçado de alguma forma.

Não se pode perder de vista que a educação é processo democrático e que não se pode ignorar o que ocorre fora de seus muros, tendo em vista que são contextos que não existem independentemente, mas que se interrelacionam. Os problemas da sociedade (preconceito, discriminação, desigualdades de toda ordem) são também problemas educacionais, visto que orientam a socialização que se constrói dentro do espaço escolar. Nesse sentido, o debate ético adquire centralidade neste momento, onde a polarização e o extremismo de opiniões tem caracterizado a discussão. É importante que se possa ir além, contudo, de meramente denunciar os ataques aos direitos dos professores, mas também que se possam propor alternativas, bem como atuar na conscientização quanto às graves consequências de se colocar limitações à liberdade de pensamento e de expressão à atividade pedagógica e, em especial, ao trabalho do professor.

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