Filosofia e analfabetismo social, político, econômico, cultural e ambiental: a era da desconstrução da escola enquanto espaço da democracia emancipadora

Vagner Luciano de Andrade

 

É fundamental que todo filósofo e professor de Filosofia leia com criticidade os referenciais teóricos da Antiguidade Clássica a fim de ver a contribuição dos primeiros pensadores e filósofos para a consolidação da Filosofia enquanto ciência pioneira e enquanto mestra das manifestações pedagógicas. Assim, a democracia deveria ser algo absolutamente normal e óbvio ao ponto de jamais ser questionada. Contraditoriamente, o governo democrático impõe obrigatoriedades e contrariedades diversas. Ao se debruçar sobre conceitos de mobilidade, alienação e pessoas anestesiadas verificam-se as múltiplas obrigatoriedades de uma nação quase nunca democrática. Enquanto a mobilidade social cai significativamente, ampliando a vulnerabilidade, a manipulação, à alienação e à escravidão, vemos o absurdo do anestesiamento de todos perante o caos que se propaga.

A instituição escolar e suas paisagens adjacentes se recolheram diante de uma nova concepção governamental alinhada ao capital estrangeiro e as tendências neoliberais. E um ditador se fez presidente, com seus aliados e parte dos brasileiros legitimando-o. E querem escravizar, matar, oprimir, perseguir, destruir, ameaçar. Vê-se nitidamente que educação que deveria emancipar sujeitos, tornando-os autores da ordem social e construtores de uma nova sociedade, ser execrada, destituída de sua essência e de seus preceitos. É a escola sem partido que anestesia e aliena. Ampliam-se analfabetos emtoda parte. Parece uma eternidade desesperadora, a era do analfabetismo ambiental, cultural, econômico, político e social em que mergulha a brasilidade. Uma “fábrica” de futuros escravizados entregues ao Imperialismo neocolonial que se propaga como uma praga tornando o país insustentável.

A desconstrução da democracia, a degradação social e a devastação ambiental durante todo o ano de 2019 é página triste da história da nação brasileira. Voltamos novamente a uma sociedade, cujo governo que deveria se posicionar a favor da coletividade, se coloca ao lado das elites e dos grupos minoritários, bem como das multinacionais e dos grupos internacionais com objetivos de pilhagem e de escravização.

Como a instituição escolar no Brasil foi marcada por abusos e atrocidades, ainda vivemos um processo de redemocratização e é importante relatar que a escola ainda precisa ser totalmente remodelada. Evidenciam-se no novo processo educativo, que a educação não se posiciona a favor daqueles escravizados em benefício da elite. Neste contexto, ao invés de amenizar, ampliará o abismo e a tensão existente entre pobres e ricos.

Pxeira

Às vezes, das cidades aos vazios camponeses, a escola é o espaço do desconhecimento. Seu tempo e espaço se reconfiguram como ápice da desconstrução, da desconexão, da desarticulação, da desestruturação. É preciso resignificar esta situação, tornando a escola e suaspaisagem adjacentes como laboratórios populares onde diferentes textualidades alfabetizem para a ecologia, para a cultura, para a economia, para a política, para a civilidade, enfim que emancipe sujeitos para que eles ao lerem o mundo que os circundam sejam frentes de resistência e de transformação. É o resgate da escola humanista concebida na Paideia, uma escola contextualizada e textualizante, alfabetizadora, onde pessoas possam ler o mundo e apropriar de seus múltiplos signos, significados e significantes no âmbito de uma humanidade diversamente rica.

A educação, essa deve ser sim, o direito maior, um direito no qual o sujeito se enxerga como elo importante de uma rede chamada sociedade, onde cada um dê sua contribuição para o restabelecimento da ordem. Sujeitos atuantes para que a coletividade de fato, seja uma sociedade para todos e não para poucos. Nesse sentido, a educação é a criação de canais de oportunidades na qual os indivíduos se tornem autores de suas próprias histórias e reconheçam na sociedade potenciais para evoluírem enquanto colaboram para o projeto maior da coletividade. Revisada e requalificada, a instituição escolar precisa se “adequar” para entrar e atender às emergências vigentes de uma nova desordem social, na qual os direitos fundamentais e diversidades estão em constante risco.

A importância dos textos/contextos, incluindo sua profunda leitura e apropriação se faz de suma importância quando considerada a simplicidade do modo de vida humana no tempo moderno como resultante de questões gestadas em tempos pretéritos. É indiscutível que a ciência pedagógica moderna bebe sua essência na filosofia clássica e tem na Grécia antiga, os seus principais e mais relevantes aspectos. A desconstrução do pensamento cientifico e da escola enquanto espaços da democracia emancipadora precisa parar, por violar os direitos fundamentais previstos na Constituição e sobretudo, por violar direitos humanos, sendo nitidamente um crime contra a humanidade.Na luta por uma escola alfabetizadora com partido, com posicionamento, que forme uma sociedade ecologicamente correta, economicamente viável, socialmente justa e culturalmente diversa.


PARA IR ALÉM

Analfabetismo ambiental e a preocupação com o futuro do planeta – Agência Envolverde

Saber acadêmico e analfabetismo cultural – Blog do Ozaí

Somoseducados para o analfabetismoeconômico – Carta Maior

O analfabeto político – El País

A questão do analfabetismo social – O Saber em Pauta


Imagem de destaque: Arquivo do autor

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