Fenômeno Atual: jornalistas censurados criarão um novo conceito de jornalismo independente, contra a tirania

Tiago Tristão Artero

Para cada jornalista demitido ou intimidado, novos blogs se formarão, novos canais de vídeo, novas colunas e artigos serão produzidos. Os meios de comunicação irão garantir o jogo democrático e a hora que a censura alcançar estes meios, ainda teremos as impressoras. Se estas forem proibidas, teremos folhas, canetas e nossas bocas. Se estas forem caladas, ainda teremos nossos pensamentos e nossos olhares.

A censura em relação a/contra o jornalismo brasileiro vem numa crescente que abala o jogo democrático. Um governo que assume dizendo que a Constituição é sagrada – e, ao mesmo tempo, fere o estado laico, sob orações na posse presidencial e ameaça aos que pensam de maneira distinta – ataca os meios de comunicação, não somente pelo simples convencimento, mas utilizando-se da coerção, de maneira escancarada (tentando naturalizá-la).

Mesmo que não haja a devida percepção, os que creem nas narrativas postas pelos que estão no entorno da presidência da república abraçam linhas de raciocínio obscurantistas, tornando-se bastante difícil debates claros, com embasamento científico acerca dos temas caros a consolidação de uma sociedade democrática.

A coerção, no contexto atual, zomba dos mecanismos de participação popular, das conquistas sociais e da livre manifestação das ideias e do pensamento. Não por acaso, comemora-se a Guerra do Paraguai, a Proclamação da República e tantas outras guerras ou golpes, com uma narrativa única. A ignorância valoriza a violência e o pensamento castrado.

Professoras e professores críticos, cidadãs e cidadãos conscientes, sindicalizados, artistas, jornalistas e trabalhadoras/trabalhadores de tantas outras profissões que, de alguma forma, manifestam pensamentos contrahegemônicos, neste exato momento, sofrem com os mecanismos de coerção, sob a repressão, nos mais diversos setores.

Quando há o uso de ameaças infundadas, utilizando-se da força física ou não, afronta-se a inteligência humana e os meios relacionados à difusão do pensamento crítico. Consequentemente, tenta-se enfraquecer a busca por mudanças vindas, muita das vezes, do trabalho dos entusiastas das informações e do conhecimento (como professoras, professores, jornalistas e tantos outros que militam pelo fim do obscurantismo e da tirania).

O aparelhamento do estado em torno da difusão de notícias, da ciência e do conhecimento, como um todo, cria uma aura de vigilância contínua, fazendo parecer que estamos em um conto sob a mira constante do panóptico, com a sensação contínua de estarmos sendo vigiados em nossas interações com o meio social.

É nesse sentido que há possibilidades de respostas aos golpes desferidos cada vez com maior frequência. O lastro de conhecimento deixado pelas humanas permite entender a gravidade do momento, bem como sua importância. Por isso o ataque às humanas, ao jornalismo e à livre docência.

As mídias alternativas nunca estiveram tão borbulhantes. Ao contrário da mídia tradicional, trazem uma diversidade de pensamento. É notória a importância de ocupação dos espaços públicos e da integração da produção científica com os meios de divulgação, na linguagem que se fizer necessária, buscando o esclarecimento que antecede a libertação.

Já passou da hora de fazer valer o equilíbrio das linhas de pensamento, desnudando os mecanismos que impedem a humanização dos indivíduos.

É hora de pensarmos sobre e valorizarmos um jornalismo crítico/alternativo, em uma escola realmente reflexiva (em todas as disciplinas, diga-se de passagem), sindicatos/partidos políticos/organizações sociais com claro compromisso com as políticas públicas e o desenvolvimento humano.

É hora de aprofundarmos as notícias e percepções de mundo, em todas as áreas do conhecimento (nos meios formais e não formais de educação) e para todas as classes sociais. Nossas armas serão as nossas mentes e a paz virá das nossas ações, mediadas por nossas mentes pacíficas e humanizadas.


Imagem de destaque: Tim Mossholder / Unsplash

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