Excluídos

Dalvit Greiner de Paula

Toda vez que se fala de algo, pela afirmação ou pela sua negação, estamos também, falando de seu contrário. É sob este paradigma que percebemos a necessidade de se falar e fazer uma Cultura de Paz, trabalhando para que nossas crianças, jovens e adultos resistam à violência com o seu contrário: ou seja, com uma cultura de não-violência.

Mas, o que é violência? Podemos defini-la como uma ausência gradativa – e por fim definitiva -, de direitos e até mesmo hierarquizá-la. Perde-se primeiro os direitos econômicos seguindo-se dos direitos sociais, em terceiro lugar perdem-se os direitos políticos e por fim, os direitos naturais: a liberdade e a vida.

Num exemplo visível em nossas comunidades conhecemos bem aqueles de quem foram tirados os direitos de produzir sua própria existência através de um trabalho digno e honesto, amparado por uma estrutura jurídica de direitos e deveres de trabalhadores, capazes que são de auferir renda e dispor livremente de seus ganhos; num crescendo estes mesmos cidadãos têm seus direitos sociais – saúde, educação, lazer, etc. -, precarizados na medida em que o Estado não consegue organizar a sociedade de forma a corrigir as mazelas do mercado nessas áreas. Seguidamente os direitos políticos são afetados porque tais cidadãos, acossados pela necessidade, perdem sua liberdade de escolha e optam por trocar bens materiais imediatos por votos. Ou seja: perdem o direito de livre escolha premido pela necessidade. E, por fim, perdem seus direitos naturais: a alimentação, o abrigo e a vida. É uma exclusão quase total.

Portanto, quando falamos de números astronômicos para nos referir às vidas que se perderam na sociedade e consideramos violento apenas aquele ato que provoca uma lesão ou morte imediata estamos, na verdade, esquecendo-nos que a perda de um direito natural é mera consequência da perda de outros direitos que não podem ser considerados acessórios aos direitos naturais como a vida e a liberdade.

Quando nos referimos a uma cultura de paz, de não-violência estamos reafirmando a necessidade de uma cultura baseada na satisfação plena dos direitos naturais, econômicos, políticos e sociais. A perda ou a não satisfação de qualquer um destes direitos deve ser considerado ato violento e, portanto, ser agressivamente combatido para que se instaure em nosso meio uma sociedade de fato justa e fraterna. Uma sociedade de incluídos e não o seu contrário.

P.S.: Amanhã, 7 de setembro, é um dia de reflexão, educação e luta. Temos um Tsunami da Educação e o Grito dos Excluídos para darmos um FORA BOLSONARO!!! bem sonoro. Política de verdade é na rua, não nos gabinetes.


Imagem de destaque: Himanshu Singh Gurjar / Unsplash

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