Elos de integração na educação: um futuro entre diferentes atores holísticos

Vagner Luciano de Andrade

Os primeiros agrupamentos de homens na luta diária pela sobrevivência eram holísticos e necessitavam de uma compreensão do todo para viver. Foi assim no começo da história humana, quando nas cavernas quebravam nozes com o uso da pedra. Esta visão era indispensável na harmonia do grupo, na busca por alimentos e abrigos, nas estratégias de sobrevivência, na busca de novos territórios. Nesta época, o equilíbrio e dependência para com a natureza eram supremos e os impactos mínimos. Mas a história mudou e com o advento da agricultura, o homem dispôs cada vez mais de tempo. Com isso, ele, no exercício da intelectualidade e da cultura que o diferenciava dos demais seres vivos, inventa a técnica, a manufatura, a complexidade existencial e vai cada vez mais se afastando do paradigma holístico, se tornando gradativamente cartesiano. O humano contemporâneo usa quebra-nozes, um complexo instrumento/artefato, fruto de múltiplas criações e invenções.

Assim, sabe-se que qualquer cultura e sociedade encontram-se alicerçadas em determinados paradigmas. Estes inclusive moldam as concepções e premissas educacionais contemporâneas. Mas, os paradigmas são positivos ou negativos? Como eles atuam na percepção e concepção de mundo? Lamentavelmente, as bases que sustentam a atual coletividade encontram-se sedimentadas no paradigma hegemonicamente capitalista. Em tempos sombrios de clamores estranhos, urge repensar a articulação entre as pessoas promovendo elos holísticos de integração entre diferentes atores que edificarão o futuro. A educação se insere como palco histórico de resistências. Sim, educar é processo conjunto entre família, escola e sociedade articulando diferentes atores numa rede complexa. Mas em tempos da força física e rudez, onde insanos clamam pela militarização e pelo armamento das pessoas, os direitos humanos prevalecerão. Este é o grito pela tessitura de um novo homem, livre e autor de sua própria história e destino.

Fonte: Pragmatismo Político

A elite, porém, num golpe contínuo busca retomar o controle de uma sociedade que estava se refazendo e se tornando melhor. Nestes tempos, a hierarquização e a especialização se fazem descer “goela abaixo” no patético discurso do “manda quem pode e obedece quem tem juízo”. Em diferentes instituições, desconstruções são arquitetadas, e novos destinos decididos pela figura clientelista e paternalista do “chefe”. Mudança de setores, alterações de horários e outras ações desmobilizam forças que se desdobravam no verdadeiro sentido de coletividade. As verdadeiras intenções são desmascaradas com discursos inflamados de “ordem na casa”, “contenção de gastos” e “corte de privilégios”. No entanto, uma única coisa acontece: os sonhos de uma nova ordem social estão se tornando pesadelos. E ninguém quer dormir nesta noite sombria de facas e revólveres.

Absurdamente, o noticiário registra que um baiano foi brutalmente morto por declarar abertamente sua opção de voto, num contexto de democracia. Verifica-se que o jargão “porrada, tiro e bomba” virou mais que música deturpada entre seres alienantes. Os que se julgam “poderosos” comemoram. Fim dos tempos ou o projeto de sociedade “deu pau”? Resta repensar tudo e todos. Eis que novamente a educação se projeta, com vistas a vencer os discursos míopes de hoje. Há diferentes tarefas educativas que se complementam no âmbito escolar: o apoio, o assistente, o auxiliar, o bibliotecário, o contador, o diretor, o gestor, o inspetor, o orientador, o professor, o regente, o secretário, o superintendente, o supervisor. Todos deveriam se articular na construção de uma educação emancipadora com equidade e qualidade, porém, a distinção entre funções cria abismos desnecessários. Entretanto, a relação de perigo iminente no âmbito do paradigma vigente não é percebida e nem problematizada no contexto educacional. Entretanto há interdependência, com tudo tendo relação entre elos, de maneira indissolúvel.

“Respeito não é questão de hierarquia. É questão de reciprocidade!” – Guilherme Givisiez

A possível renovação da sociedade fundamenta-se no paradigma holístico, que por sua vez é um conjunto de pensamentos sistêmicos e globais que propiciam soluções a problemáticas locais. O holismo contempla uma visão “ampla” dos elementos culturais, físicos, naturais e sociais do sistema. No paradigma holístico, as interações entre as partes compõem o todo. Por isso, percepções e reflexões coerentes incentivarão a caminhada humana orientando a ação individual e coletiva a perpetuarem ambientes saudáveis. Um futuro melhor resulta de um presente com ações responsáveis, e construído de forma articulada entre os seres que habitam o planeta.

Os respectivos cenários trazem ao imaginário, novas percepções e reflexões sobre verdadeiros índices de qualidade de vida associados a valores humanos que são exterminados, em nome de um progresso dominador e excludente. Nota-se que a coletividade tem perdido, em seu processo de avanço e expansão, a verdadeira essência humana em suas várias manifestações, sejam elas individuais, sociais ou planetárias.

Mas será possível aos seres humanos viverem com qualidade de vida sem desrespeitar o direito à vida dos demais seres? Que se ampliem novos paradigmas e novas percepções no fazer pedagógico. Elos inseparáveis: apoiadores, assistentes, auxiliares, bibliotecários, contadores, diretores, gestores, inspetores, orientadores, professores, regentes, secretários, superintendentes, supervisores. Eloquente futuro a se lançar participativo e democrático. Assim, que a união e a verdade prevalecem sempre e que o discurso do ódio e da intolerância se desfaçam.

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