Dos dois lados da Avenida Cristal…

Aleluia Heringer Lisboa

No meio de nós, a Avenida Cristal;

De um lado, o Colégio Santo Agostinho;

Do outro, o Colégio Estadual.

Nessas duas escolas, moças e rapazes sonham e buscam ir além. Querem ser cidadãs, cidadãos, querem ser alguém.

Entretanto, nasceram e moram, neste país tropical, onde está localizada uma Avenida chamada Cristal.

Pelo simples fato de nascer aqui ou lá, o de cá, toma breakfast, vem de carro, tem dinheiro e celular. No intervalo, almoçam no restaurante e, à tarde, continuam a estudar.

Dos dois lados da Avenida Cristal, encontramos professores que não desistem de seus alunos, nem daquele que aqui está, nem daquele acolá. Contudo, uma diferença dá para notar, se aqui tem laboratórios, quadras, mídia e projetos a executar, acolá, falta isso, aquilo e tudo mais.

O que mora bem do lado de lá, vem de longe, toma gole de café e, na mochila, o trocado para o ônibus pegar. Uma coisa, entretanto, é possível constatar, eles também gostam, assim como os de cá, de respeito, namoro e de redes sociais.

O do lado de lá da Avenida Cristal, não pode esperar. Mal acabou a aula da manhã, segue firme, para a empresa trabalhar. Sem jeito e condições para estudar, logo a escola vai deixar. Alguns dizem que ele não quer estudar, editam Medida Provisória, achando que o problema vai evaporar.

Quando então o INEP, o ranking do ENEM divulgar, não se deve comemorar, nem aqui e nem acolá. Diante de nós, o fracasso dos dois Brasis, separados pela grande Avenida Cristal.

Povo assim não vinga e nem longe pode chegar.

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