Da Marcha pela Ciência à Greve Geral!

Em tempos sombrios e de obscurantismos como os que estamos vivendo; no momento em que, mais uma vez os recursos para a educação e a ciência são retirados; e num período em que o governo federal e o congresso nacional atacam os direitos duramente conquistados pela população, é alvissareiro que todas as forças democráticas do país se articulem para a defesa dos interesses da maioria da população e da manutenção das condições mínimas para que possamos ainda sonhar com um país mais desenvolvido, mais democrático e igualitário. 

Na Marcha pela Ciência no Brasil, que ocorre no sábado dia 22 de abril, os cientistas brasileiros se unem aos seus colegas de vários outros países em defesa da ciência contra o obscurantismo de lideranças políticas e religiosas que buscam obstruir a pesquisa científica. No caso brasileiro, à luta contra os absurdos cortes de recursos para a pesquisa, alia-se também o compromisso dos pesquisadores em marcha contra os ataques à democracia e aos direitos individuais e coletivos da maioria da população. 

O financiamento à pesquisa chegou à situação similar aos piores momentos do setor no país. O corte de 44% dos recursos do MCTIC compromete não apenas a continuidades de boa parte das pesquisas em andamento no país, muitas das quais já estão paralisadas, mas, o que é pior, põe em risco a infraestrutura de pesquisa arduamente construída ao longo das últimas décadas. A destruição irresponsável dessa infraestrutura de pesquisa nas universidades e centros de pesquisa certamente terá impacto muito negativo na qualidade e quantidade da pesquisa científica aqui produzida nas próximas décadas. 

Tão sério e estruturalmente importante quanto o comprometimento da pesquisa é o conjunto das reformas, já realizadas ou em curso, que ataca de forma impiedosa os direitos sociais dos trabalhadores e trabalhadoras brasileiros(as). Ataque ao direito a uma educação de qualidade, ataque aos direitos previdenciários, ataque aos direitos trabalhistas… É nosso presente e futuro societário sendo comprometidos por aqueles que colocaram por terra o Estado de Direito e as instituições públicas brasileiras.  

É contra esse estado de coisas que as forças democráticas as mais diversas estão convocando uma Greve Geral para o próximo dia 28 de abril, sexta-feira. Tal movimento, felizmente, ganha adeptos mesmo entre muitos daqueles e daquelas que outrora se mostraram indiferentes aos rumos tomados pela República brasileira com a acessão das forças conservadoras e reacionárias que conduziram o golpe que destituiu a Presidenta Dilma Housseff da Presidência da República e que dão sustentação ao (des)governo Temer. 

A Marcha pela Ciência no Brasil e a Greve Geral representam, pois, uma ação de contestação ao ilegítimo governo que aí está e às suas políticas de destruição do patrimônio público brasileiro. Mas é mais do que isso. É uma importante iniciativa de ocupação do espaço público e de reafirmação dos valores democráticos contra o obscurantismo e as forças reacionárias. Esses podem ser o prenuncio de que novos ares, mais democráticos, inclusivos e alegres, são, mais do que necessários, possíveis nesses tempos tão sombrios. 

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