Ciência no Brasil, uma luz no fim do túnel?

EDITORIAL Nº 260, 8 de novembro de 2019

Há poucos dias explicitamos, no Editorial Bolsonaro, obscurantismo que mata, o quanto as ações do governo Bolsonaro e de seus aliados no Congresso, nos executivos estaduais e no meio empresarial, atentam contra a vida dos seres viventes do planeta, especialmente aqueles que habitam o território brasileiro, mas não apenas. Ao desprezar a ciência e os saberes científicos e, de um modo geral, o bom senso e os saberes tradicionais, o Estado, comandado pelas elites políticas e empresariais brasileiras, retrocede décadas nas formas de lidar com os grandes desafios apresentados pelo nosso tempo.

Contra isso, há um conjunto de ações em curso, capitaneadas, por um lado, pelas principais instituições de pesquisas brasileiras, tendo as universidades e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência à frente, e, por outro, os povos tradicionais, notadamente indígenas e quilombolas.  Foram, e são, inúmeras as manifestações organizadas em todo o território nacional repudiando as políticas obscurantistas e de pactuação com a morte perpetradas pelo governo Bolsonaro e seus aliados.

No caso das políticas de ciência e tecnologia, esta posição de confronto às políticas obscurantistas ganhou força, esta semana, com a manifestação do Presidente da Câmara e do Congresso, o deputado Rodrigo Maia, e de vários líderes partidários a favor da educação, das ciências e da tecnologia.  Em artigo publicado n’O Globo, eles afirmam que “ciência e a Tecnologia não são a causa da crise que enfrentamos, mas podem ser a solução para esta e para outras. É assim que elas devem ser encaradas pelo governo, por qualquer governo, sob o risco de perdermos gerações de cientistas e investimentos realizados até agora. Aliadas à Educação, permitirão ao Brasil desenvolver produtos de alto valor agregado, trazendo mais riqueza e bem-estar para o nosso país e deixando para trás a mentalidade extrativista. É o que o Brasil do futuro cobra de nós no presente.”

Também os legislativos estaduais dão mostra de que podem ser uma luz no fim do túnel do obscurantismo que reina nos executivos. Em Minas Gerais, por exemplo, a partir de uma proposta da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia, sob o comando da Deputada Beatriz Cerqueira (PT), e contando com o apoio do Presidente da casa, Deputado Agostinho Patrus (PV), foi instalado um Fórum Técnico de Ciência, Tecnologia e Inovação que tem como objetivo “elaborar um Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação para o desenvolvimento socioeconômico do Estado de Minas Gerais, de forma a reduzir as desigualdades sociais, de gênero e raça e garantir a recuperação, conservação, proteção ambiental e sustentabilidade”. Deste Fórum participam as principais instituições de ciência, tecnologia e inovação sediada no estado e dele se espera a mobilização da sociedade civil e a elaboração de instrumentos que fortaleçam as políticas de C&TI em Minas Gerais.

Há muito sendo feito e muito ainda por fazer para cessar as políticas de morte abraçadas pelos obscurantistas de plantão. No entanto, as iniciativas como as dos deputados federais e estaduais aqui lembradas, bem como a decisão do Supremo Tribunal Federal fazendo valer a Constituição da República, podem ser um reforço às forças democráticas que defendem a importância de se considerar a ciência e a tecnologia como importantes aliadas ao desenvolvimento social e econômico do país.


Imagem de Destaque: Pedro Cabral

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Ciência no Brasil, uma luz no fim do túnel?

Há poucos dias explicitamos, no Editorial Bolsonaro, obscurantismo que mata, o quanto as ações do governo Bolsonaro e de seus aliados no Congresso, nos executivos estaduais e no meio empresarial, atentam contra a vida dos seres viventes do planeta, especialmente aqueles que habitam o território brasileiro, mas não apenas. Ao desprezar a ciência e os saberes científicos e, de um modo geral, o bom senso e os saberes tradicionais, o Estado, comandado pelas elites políticas e empresariais brasileiras, retrocede décadas nas formas de lidar com os grandes desafios apresentados pelo nosso tempo.

Contra isso, há um conjunto de ações em curso, capitaneadas, por um lado, pelas principais instituições de pesquisas brasileiras, tendo as universidades e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência à frente, e, por outro, os povos tradicionais, notadamente indígenas e quilombolas.  Foram, e são, inúmeras as manifestações organizadas em todo o território nacional repudiando as políticas obscurantistas e de pactuação com a morte perpetradas pelo governo Bolsonaro e seus aliados.

No caso das políticas de ciência e tecnologia, esta posição de confronto às políticas obscurantistas ganhou força, esta semana, com a manifestação do Presidente da Câmara e do Congresso, o deputado Rodrigo Maia, e de vários líderes partidários a favor da educação, das ciências e da tecnologia.  Em artigo publicado n’O Globo, eles afirmam que “ciência e a Tecnologia não são a causa da crise que enfrentamos, mas podem ser a solução para esta e para outras. É assim que elas devem ser encaradas pelo governo, por qualquer governo, sob o risco de perdermos gerações de cientistas e investimentos realizados até agora. Aliadas à Educação, permitirão ao Brasil desenvolver produtos de alto valor agregado, trazendo mais riqueza e bem-estar para o nosso país e deixando para trás a mentalidade extrativista. É o que o Brasil do futuro cobra de nós no presente.”

Também os legislativos estaduais dão mostra de que podem ser uma luz no fim do túnel do obscurantismo que reina nos executivos. Em Minas Gerais, por exemplo, a partir de uma proposta da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia, sob o comando da Deputada Beatriz Cerqueira (PT), e contando com o apoio do Presidente da casa, Deputado Agostinho Patrus (PV), foi instalado um Fórum Técnico de Ciência, Tecnologia e Inovação que tem como objetivo “elaborar um Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação para o desenvolvimento socioeconômico do Estado de Minas Gerais, de forma a reduzir as desigualdades sociais, de gênero e raça e garantir a recuperação, conservação, proteção ambiental e sustentabilidade”. Deste Fórum participam as principais instituições de ciência, tecnologia e inovação sediada no estado e dele se espera a mobilização da sociedade civil e a elaboração de instrumentos que fortaleçam as políticas de C&TI em Minas Gerais.

Há muito sendo feito e muito ainda por fazer para cessar as políticas de morte abraçadas pelos obscurantistas de plantão. No entanto, as iniciativas como as dos deputados federais e estaduais aqui lembradas, bem como a decisão do Supremo Tribunal Federal fazendo valer a Constituição da República, podem ser um reforço às forças democráticas que defendem a importância de se considerar a ciência e a tecnologia como importantes aliadas ao desenvolvimento social e econômico do país.


Imagem de Destaque: Pedro Cabral

 

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