Chegou a hora do retorno às aulas: e agora?

Marcus Periks B. Krause

Prestes ao retorno das aulas presenciais na grande maioria dos municípios brasileiros, pós paralisação em decorrência do isolamento social, a apreensão ainda toma conta de muitos profissionais da educação, pais de alunos e alunos. Ainda não é consenso entre pais e professores sobre o retorno presencial às aulas na educação básica, tendo em vista que lidar com crianças, requer habilidades específicas, diante das características típicas deste público, tão acostumado às brincadeiras e encontros entre seus pares, como forma de satisfação e interação. Alguns pais de alunos não veem a hora dos filhos retornarem à escola, outros, mais precavidos, preferem aguardar uma situação mais segura, quanto à proliferação da pandemia, para, então, encaminhar os filhos à escola.

No ensino infantil, por exemplo, os cuidados com as crianças em ambiente escolar já eram redobrados, agora, deverão ter um incremento de medidas sanitárias de prevenção ao coronavírus. Novos acessórios e utensílios farão parte da rotina diária dos profissionais da educação e dos alunos, itens como máscaras, protetores faciais, álcool gel, luvas, termômetros, etc, serão comuns no ambiente escolar.

A apreensão que citei no início deste texto também tem relação à adaptação da comunidade escolar aos novos itens, bem como em relação aos protocolos sanitários, se os mesmos serão efetivamente aplicados ou apenas utilizados como marketing por muitos gestores públicos, que, em ano eleitoral, comumente, investem mais no “marketing institucional”.

Os professores terão que desenvolver maior habilidade na mediação de conflitos entre os alunos, tendo em vista que o uso de novos acessórios poderão resultar no aumento da prática de bullying no ambiente escolar. Conjecturando a situação em uma escola pública, suponhamos que os alunos chegarão com suas máscaras de cores e materiais variados e outros com o referido acessório de proteção, sem a conservação devida. Diante de tal fato, não é difícil prever que aquele aluno com sua máscara suja, rasgada ou que tenha cores “diferentes”, sofrerá gozações por parte de seus pares.

Logo que adentrar à sala de aula, o(a) docente ouvirá, além, das frases comuns: “-professor(a), a Maria riscou meu caderno; -professor(a), o Joãozinho escondeu meu lápis”, as seguintes frases: “-professor(a) o Joãozinho arrancou minha máscara, professor(a) a Maria escondeu minha máscara”. Todas estas situações deverão ser mediadas pelos professores, que, já gastam boa parte da hora/aula em mediações de conflitos escolares, agora terão que lidar com tais situações.

Quanto aos equipamentos de proteção individual dos profissionais da educação como professores, merendeiras, porteiros, zeladores e demais atores deste contexto escolar, quem assumirá a responsabilidade pelo fornecimentos dos referidos EPIs? Como é comum em nosso país, também não será difícil prever que poderá surgir, em muitos lugares, o famoso jogo de empurra empurra, acabando por recair sobre os profissionais da educação a responsabilidade de aquisição dos seus equipamentos de proteção para o desempenho de suas funções laborais.

São muitas situações que surgirão no decorrer do retorno presencial às aulas, grande parte delas, imprevisíveis, fatos que passarão a ser do cotidiano escolar, devendo, os gestores e comitês instituídos para elaborarem os protocolos de retorno, estarem atentos às medidas necessárias para solução destas demandas, do contrário, o que se imagina ser uma solução de problema, poderá vir a ser nascimento de novos problemas de maior proporção.


Imagem de destaque: Thgusstavo Santana / Pexels

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