A voz das estudantes e dos estudantes ecoa em nome da ciência humanizada e incomoda os defensores do obscurantismo

Tiago Tristão Artero

 

Uma nação não se faz sem pesquisa e sem ciência no contexto mundial atual. Uma educação básica de qualidade e um ensino superior, ambos com condições materiais para a iniciação e o desenvolvimento da ciência e tecnologia são elementos de um caminho possível que, até então, estava em andamento. O esforço em sairmos da condição de consumidores de tecnologia para produtores é um passo gigantesco, dada nossa história e a formação de nosso povo. A situação do nosso avanço social e científico determina, entre outros fatores, nossa posição frente ao mundo globalizado e o quanto nosso avanço pode contribuir para a melhora nas condições de nosso planeta e seus habitantes.

A luta por manter a força das ciências humanas pode se justificar por um único motivo, mas não só um: a humanização de nossas relações, a partir da reflexão sobre nossas práticas. No contexto do obscurantismo, enfiado goela abaixo pelo governo, a voz dxs estudantxs faz o movimento contrário, juntamente aos docentes e à sociedade, ao clamar e exigir a manutenção e o avanço da educação no Brasil.

A não aceitação do simples produtivismo que estão tentando inserir nos Institutos Federais e nas Universidades Federais indica o esforço para a valorização da reflexão sobre a prática, não deixando a técnica prevalecer sobre as relações humanas, direcionando-a.

Cidadãos e cidadãs humanizadas não utilizarão seu conhecimento para subjugar outros povos, nem pela via econômica, nem pela cultural, muito menos pela força. Negamos que nossas pesquisas e nossa tecnologia estejam alinhadas à produção de armas e equipamentos de guerra, que a ciência econômica supervalorize o sistema financeiro em detrimento do investimento nos meios de produção, que as “verdades” históricas e as manifestações culturais de uma nação sejam consideradas superiores a cultura e crenças de outros países ou etnias.

Nossa ciência estará alinhada, sim, à coexistência da diversidade, à boa convivência no contexto do multiculturalismo, ao equilíbrio na ocupação dos espaços urbanos e rurais, no respeito à soberania das nações irmãs.

Nosso conhecimento em exatas e biológicas se direcionarão no sentido de que as tecnologias sejam consideradas em seu nível social, promovam a equidade e garantam que diferentes classes econômicas tenham acesso ao mesmo nível de saúde, alimentação, educação e segurança.

Parece ser justamente isso que o governo atual não quer e incomoda-se com esta luta. Uma nação que entende e aceita sua diversidade humana, cultural e natural protege-se e exige relações humanizadas e práticas sustentáveis. Negar a importância do clima, do meio ambiente, da garantia dos direitos sociais vai contra aquilo que a própria ciência já permitiu compreender. Por isso a pauta dos estudantes desestabiliza, o grito dos manifestantes faz tremer as políticas ora em curso, desmantelam a exploração humana e ambiental que caminham a galope.

O grito “Não vai ter golpe, vai ter luta!” é um clamor pela preservação da educação pública, gratuita, laica e de qualidade; é um chamado aos que ainda não entenderam a importância de pautas fundamentais ligadas a soberania do nosso país, dada a importância das pesquisas nas mais diversas áreas, realizadas pelas Universidades e Institutos Federais; é uma força que busca garantir a livre manifestação, em repúdio à repressão contra as manifestações estudantis e sindicais, citadas nas mais diversas notas, como da UNE e UBES, na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados para audiência com o ministro da Educação, devido a agressão física do presidente da UBES, Pedro Gorki, e da presidenta da UNE, Marianna Dias e da nota do SISTA/MS (Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e Institutos Federais de Ensino de MS) e Sinasefe-MS em repúdio à ação da Polícia Militar de Corumbá contra Alexandre Silva, servidor do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS), que foi detido durante uma manifestação pacífica em frente à UFMS.


Imagem de destaque: Yolanda Assunção

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