Fernanda Aparecida O. Silva
Caras leitoras e caros leitores, convido vocês para colocarmos mais uma discussão em pauta no que refere-se a educação do nosso país. Diante de tantos acontecimentos é preocupante os rumos que nossa educação está tomando e aqui nesse texto trago questionamentos sobre como a situação da classe de professores do Brasil.
Principalmente a partir dos anos 90, o qual se caracterizou pela abrangência do neoliberalismo no campo educacional e pelas várias reformas educativas ocorridas nessa época, os professores veem sofrendo com a precarização de suas condições de trabalho que se intensificou com o decorrer dos anos. Quando falo das condições de trabalho, digo na perspectiva apresentada por Assunção e Oliveira (2010), pois essas condições não restringem-se somente ao que acontece no local de trabalho e a organização do trabalho, mais tem haver também com as relações de emprego (formas de contratação, renumeração, carreira e estabilidade).
Atualmente temos nos deparado com a falta de planos de carreira, o não cumprimento da lei do piso salarial, os baixos salários, o grande número de contratos temporários, o excesso de cargas de trabalho, a rotatividade de professores, a falta de apoio e incentivo para a formação continuada, entre outros.
Se até os dias atuais ainda encontramos essas dificuldades/problemas na educação, podemos questionar como ficará o cenário educacional com essas novas políticas criadas (e algumas já aprovadas) como a terceirização, a reforma da previdência e a reforma do Ensino Médio. Diante desse cenário caótico, quais são as consequências que essas políticas irão trazer para o trabalho docente? Tal questionamento se faz pertinente se compreendermos que os professores são “peças chave” da educação, sem eles e sem que sejam garantidas boas condições de trabalho, fica difícil assegurar o direito a uma boa educação.
Na verdade, estamos vivendo um “desmonte educacional”, pois ao invés de assegurar melhores condições de trabalho, estamos no processo inverso. O que ocorre com essas novas políticas é um distanciamento desse objetivo, cada vez fica mais longe de ser atingido, e com ele se distancia também o sonho/desejo de ter uma educação de qualidade no país.
Referências
OLIVEIRA, D.A.; ASSUNÇÃO, A.A. Condições de trabalho docente. In: OLIVEIRA, D.A.; DUARTE, A.M.C.; VIEIRA, L.M.F. DICIONÁRIO: trabalho, profissão e condição docente. Belo Horizonte: UFMG/Faculdade de Educação, 2010. CDROM