A Educação, a Rua e a Política

EDITORIAL Nº238, 24 DE MAIO DE 2019

No dia 15 de maio o campo democrático brasileiro representando pelos coletivos da educação deu uma demonstração de unidade e força raramente vistas nas últimas décadas no país. Milhões de pessoas saíram às ruas brasileiras para protestar contra o governo Bolsonaro e suas políticas de morte e em defesa de uma educação pública de qualidade.brasileiras

Ao sair das escolas, das universidades e  instituições científicas brasileiras e ocuparem as ruas e praças das cidades , estudantes, professoras e professores e demais profissionais da educação  deram uma contundente demonstração de que a política não apenas é necessária como é a única forma de enfrentarmos a demanda de violência feita cotidianamente pelo governo da República e por seus aliados em vários estados da Federação.

Em várias  tradições políticas, reunir na praça, na rua ou em outros espaços tidos como públicos constitui-se como uma das formas mais elementares e, ao mesmo tempo, mais potentes e acabadas de fazer política. Não é por acaso, portanto, que nas tradições mais generosas de defesa da escola, essa tem como responsabilidade fundamental a formação do sujeito para atuar no espaço público, ou seja, para a cidadania e para a política.

É por isso que, no mundo contemporâneo, a contínua desclassificação da rua como lugar de cultura e política, se fez também, quase sempre, como um combate à escola como lugar de formação dos trabalhadores e das trabalhadoras para além dos limites do mundo do trabalho e da subsistência. Nesses projetos político-culturais autoritários, a política e a fruição dos bens materiais e culturais não era (e não é) coisa para todos e para todas.

Quando as multidões ocupam as ruas de forma ordeira e criativa em defesa da educação, estão, no mesmo ato, fazendo política e ensinando  ao conjunto da sociedade os mais elevados valores democráticos. Participar da defesa dos direitos é a formação por excelência da educação política na cidade e para a cidade.

Os regimes e os setores autoritários detestam que a população ocupe a ruas. O desprezo pela política e o medo das multidões são faces da mesma moeda autoritária que, continuamente, se apresenta como uma  demanda contínua de violência para a contenção dos “excessos democráticos”. Quando um desses “excessos democráticos” é representado pela democratização da escola em todos os níveis, aí o problema se transforma num caso de polícia, e não de política.

É preciso que lutemos não apenas pelos nossos direitos mas, paradoxalmente nos dias de hoje, pelo direito de termos direitos, inclusive à vida. É isto que esta em jogo nas lutas que hoje se travam no Brasil. A política, a educação e a vida de muita gente estão em jogo.  E, neste jogo, o adversário responde pelas alcunhas de violento, perverso e mito. Por isso, no dia 30 de maio vamos ocupar, mais uma vez,  as ruas do país. Que nos encontremos nas lá!

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A Educação, a Rua e a Política

No dia 15 de maio o campo democrático brasileiro representando pelos coletivos da educação deu uma demonstração de unidade e força raramente vistas nas últimas décadas no país. Milhões de pessoas saíram às ruas brasileiras para protestar contra o governo Bolsonaro e suas políticas de morte e em defesa de uma educação pública de qualidade.

Ao sair das escolas, das universidades e  instituições científicas brasileiras e ocuparem as ruas e praças das cidades brasileiras, estudantes, professoras e professores e demais profissionais da educação  deram uma contundente demonstração de que a política não apenas é necessária como é a única forma de enfrentarmos a demanda de violência feita cotidianamente pelo governo da República e por seus aliados em vários estados da Federação.

Em várias  tradições políticas, reunir na praça, na rua ou em outros espaços tidos como públicos constitui-se como uma das formas mais elementares e, ao mesmo tempo, mais potentes e acabadas de fazer política. Não é por acaso, portanto, que nas tradições mais generosas de defesa da escola, essa tem como responsabilidade fundamental a formação do sujeito para atuar no espaço público, ou seja, para a cidadania e para a política.

É por isso que, no mundo contemporâneo, a contínua desclassificação da rua como lugar de cultura e política, se fez também, quase sempre, como um combate à escola como lugar de formação dos trabalhadores e das trabalhadoras para além dos limites do mundo do trabalho e da subsistência. Nesses projetos político-culturais autoritários, a política e a fruição dos bens materiais e culturais não era (e não é) coisa para todos e para todas.

Quando as multidões ocupam as ruas de forma ordeira e criativa em defesa da educação, estão, no mesmo ato, fazendo política e ensinando  ao conjunto da sociedade os mais elevados valores democráticos. Participar da defesa dos direitos é a formação por excelência da educação política na cidade e para a cidade.

Os regimes e os setores autoritários detestam que a população ocupe a ruas. O desprezo pela política e o medo das multidões são faces da mesma moeda autoritária que, continuamente, se apresenta como uma  demanda contínua de violência para a contenção dos “excessos democráticos”. Quando um desses “excessos democráticos” é representado pela democratização da escola em todos os níveis, aí o problema se transforma num caso de polícia, e não de política.

É preciso que lutemos não apenas pelos nossos direitos mas, paradoxalmente nos dias de hoje, pelo direito de termos direitos, inclusive à vida. É isto que esta em jogo nas lutas que hoje se travam no Brasil. A política, a educação e a vida de muita gente estão em jogo.  E, neste jogo, o adversário responde pelas alcunhas de violento, perverso e mito. Por isso, no dia 30 de maio vamos ocupar, mais uma vez,  as ruas do país. Que nos encontremos nas lá!

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