O Ato Pedagógico e o Ato Político

Yolanda Assunção

 

No último fim de semana, A UFMG sediou o II Congresso Internacional Paulo Freire: O Legado Global. O evento reuniu pesquisadores, educadores e educandos de várias partes do mundo para refletir e celebrar as contribuições de Paulo Freire para a educação e o entendimento do seu potencial político.

Entre os diálogos promovidos no evento, a discussão “Política, educação e atualidade do pensamento freireano” reuniu figuras que tiveram a chance de conviver com o famoso pedagogo: a professora Lisete Arelaro (USP), o professor Donaldo Macedo (University of Massachusetts) e o professor Sérgio Haddad (Ação Educativa). A partir de experiências pessoais, a mesa mediada pela professora Analise Silva destacou como o pensamento freiriano resiste e persiste no nosso atual cenário, não só iluminando o papel da educação no processo democrático, mas principalmente dando respaldo para a luta popular.

A professora Lisete Arelaro não perdeu de vista o conceito da educação como ato político. Mais do que isso, ela destacou que “o ato pedagógico é necessariamente um ato coletivo que deve traduzir a concepção de educação e de país e sociedade que queremos ter”. A professora chamou atenção para a importância de observar, a partir do pensamento freiriano, o processo de despolitização do ato político da pedagogia, passando pela campanha Escola Sem Partido, o texto final da BNCC e a reforma do Ensino Médio.

Já o professor Sergio Haddad destacou o lugar da escola e da educação na formação de uma população mais ativa e participativa na vida política do país. A partir da relação orgânica entre política e educação enfatizada por Paulo Freire, ele fala de como a formação dos jovens e a participação das famílias, principalmente pobres, leva a construção de um ambiente democrático, que começa na escola e se espalha por diversos ambientes sociais.

Já o professor Donaldo Macedo explorou o pensamento de Freire para avaliar o cenário internacional. A partir da conceituação do liberalismo, o linguista falou de como os interesses econômicos interferem e barram a construção de um mundo mais igualitário e democrático. Os interesses econômicos sufocam e calam os interesses e as demandas de populações oprimidas. Ele fala de como é importante dar voz a esses grupos, “não como um presente, mas como um direito. Isso vem por meio do diálogo”.

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