Mulheres de ouro: uma reflexão sobre os jogos olímpicos de 2024
Alexandra Lima da Silva
Após o término dos jogos olímpicos de Paris (2024), uma constatação: apenas mulheres ganharam o ouro pela delegação do Brasil.
Beatriz Souza subiu ao lugar mais alto do pódio no Judô.
Rebeca Andrade conquistou o ouro no solo da Ginástica Artística, tornando-se a maior medalhista olímpica do Brasil.
A dupla Duda e Ana Patrícia conquistou o ouro no vôlei de praia.
A vitória dessas jovens mulheres representa e significa muito, para muita gente.
A vitória inspira tantas outras mulheres que são negras, periféricas, lésbicas, nordestinas, filhas de mães solo. A vitória destas mulheres é a vitória das mulheres que as antecederam: Daianes, Edinancis, Pretinhas, Martas…
As mulheres de ouro não devem ser usadas para reforçar o discurso da meritocracia. Elas são símbolos sim, da importância de conceber o esporte como direito social e como investimento, e não apenas como sacrifício heróico individual.
Que a imagem das atletas brasileiras no topo se torne regra.
Chegaremos e permaneceremos no topo do pódio quando finalmente o esporte no Brasil for visto e entendido como política pública e como dever do Estado.