Contra uma política da morte, uma Pedagogia da Vida

EDITORIAL DO JORNAL PENSAR A EDUCAÇÃO EM PAUTA Nº250, 30 DE AGOSTO DE 2019
Vivemos dias em que não é exagerado dizer que a morte se fez política e estabeleceu-se entre nós. A queimada das vidas na Amazônia, o governador que comemora a morte de um cidadão pela polícia e o escárnio dos procuradores federais com o sofrimento do ex-Presidente Lula nos dão mostras imediatas e contundentes da forma de governar defendida e mobilizada pelo bolsonarismo e espraiada pelo território nacional.
Nos campos da educação, da cultura e das ciências não tem sido diferente. Também nestas áreas, o lema do Presidente Bolsonaro tem sido “destruir para governar”. Da educação infantil à pós-graduação, dos museus à produção cinematográfica, dos laboratórios às instituições de financiamento, tudo se quer destruir e arrasar.
Nestes momentos, mais do que nunca, faz-se necessário lembrar e fazer ver que somos muito mais do que isso que nos quer impor o bolsonarismo. Não é necessário ser piegas ou ingênuo para reconhecer que a vida pulsa resistente e criativa, nas mais diversas ações e tradições cultivadas por milhões e milhões de brasileiras e brasileiros que não se curvam ao bolsonarismo.
Na dança e na música, nas formas de plantar e de colher, de cozinhar e de comer, no cinema e na poesia, nos laboratórios e nas salas de aula, nas ruas e nas casas, na política e nas formas de amar, nas conversas e no silêncio das orações, há resistências e prenúncio de que o fascismo não encontrará abrigo permanente entre nós.
Sim, há resistência!! Silenciosas ou barulhentas, explícitas ou escondidas, a observação cotidiana nos dá mostras de possibilidades infinitas sendo cultivadas. São palavras, gestos, ações, sorrisos, xingamentos, arrepios no corpo e cores no corpo. Em todos os cantos há solidariedade e gestos de gratuidade e beleza que o bolsonarismo não anula nem apaga.
Na educação, o combate às nossas melhores tradições democráticas simbolizadas pelas obras de Paulo Freire, os profissionais da educação e o alunado têm respondido, sistematicamente, com mais Paulo Freire e menos Bolsonaro e seus asseclas. Ameaçadas e atacadas cotidianamente das formas mais vis e violentas, as professoras lutam politicamente, mas não deixam de, todos os dias, em cada cidade e escolas brasileiras, acolher as crianças, delas cuidar e educar. A uma política da morte, respondem com uma ética do cuidado e uma PEDAGOGIA DA VIDA.

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Contra uma política da morte, uma Pedagogia da Vida

Vivemos dias em que não é exagerado dizer que a morte se fez política e estabeleceu-se entre nós. A queimada das vidas na Amazônia, o governador que comemora a morte de um cidadão pela polícia e o escárnio dos procuradores federais com o sofrimento do ex-Presidente Lula  nos dão  mostras imediatas e contundentes da forma de governar defendida e mobilizada pelo bolsonarismo e espraiada pelo território nacional.

Nos campos da educação, da cultura e das ciências não tem sido diferente.  Também nestas áreas, o lema do Presidente Bolsonaro tem sido “destruir para governar”. Da educação infantil à pós-graduação, dos museus à produção cinematográfica, dos laboratórios às instituições de financiamento, tudo se quer destruir e arrasar.

Nestes momentos, mais do que nunca, faz-se necessário lembrar e fazer ver que somos muito mais do que isso que nos quer impor o bolsonarismo. Não é necessário ser piegas ou ingênuo para reconhecer que a vida pulsa resistente e criativa, nas mais diversas ações e tradições cultivadas por milhões e milhões de brasileiras e brasileiros que não se curvam ao bolsonarismo.

Na dança e na música, nas formas de plantar e de colher, de cozinhar e de comer, no cinema e na poesia, nos laboratórios e nas salas de aula, nas ruas e nas casas, na política e nas formas de amar, nas conversas e no silêncio das orações, há resistências e prenúncio de que o fascismo não encontrará abrigo permanente entre nós.

Sim, há resistência!! Silenciosas ou barulhentas, explícitas ou escondidas, a observação cotidiana nos dá mostras de possibilidades infinitas sendo cultivadas. São palavras, gestos, ações, sorrisos, xingamentos, arrepios no corpo e cores no corpo. Em todos os cantos há solidariedade e gestos de gratuidade e beleza que o bolsonarismo não anula nem apaga.

Na educação, o combate às nossas melhores tradições democráticas simbolizadas pelas obras de Paulo Freire, os profissionais da educação e o alunado têm respondido, sistematicamente, com mais Paulo Freire e menos Bolsonaro e seus asseclas. Ameaçadas e atacadas cotidianamente das formas mais vis e violentas, as professoras lutam politicamente, mas não deixam de, todos os dias, em cada cidade e escolas brasileiras, acolher as crianças, delas cuidar e educar. A uma política da morte, respondem com uma ética do cuidado e uma PEDAGOGIA DA VIDA.


Imagem de destaque: Banksy

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