As crianças querem saber sobre ciência!

Como transmitir o conhecimento científico com toda sua complexidade para pessoas que ainda não entendem as palavras utilizadas no meio acadêmico? Seria a criança incapaz de entender ciência ou o acesso à informação é um privilégio da vida adulta?

Foi tentando traduzir o conhecimento científico, a linguagem das crianças e aproximando os dois mundos que o biólogo Guilherme Malafaia, professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano, criou o livro “Querido cientista”. O material de divulgação científica traz perguntas complexas e inocentes feitas por crianças, acompanhadas de ilustrações aos “queridos cientistas” brasileiros.

O livro, elaborado com muita sensibilidade, tem por finalidade aproximar as crianças à grandes cientistas do Brasil ou daqueles no início da carreira científica, desmistificando o trabalho do cientista. “A maioria das nossas crianças não sabe minimamente o que é ser um cientista e, aquelas mais carentes, não têm a menor ideia do que é ser um pesquisador”, afirma Guilherme.

Para Guilherme, a utilização de ilustrações ajudou as crianças participantes a explicitar suas dúvidas, uma vez que elas ainda não possuem o domínio da linguagem escrita. Para o organizador do livro, “as  ilustrações facilitaram enormemente a elaboração das respostas pelos cientistas, bem como permitiram a compreensão mais abrangente das emoções, sentimentos e anseios dos nossos pequenos.”

Mas quem ganha com isso não são apenas as crianças. Essa também foi uma oportunidade dos cientistas terem a experiência inédita de adaptar seus conhecimentos à linguagem dos “pequenos”, assim como refletir sobre o seu papel social e de estimulador da formação de novos pesquisadores.

Despertar a curiosidade das crianças é um elemento essencial para que elas queiram ingressar no mundo acadêmico científico, tão importante para a nossa sociedade.“Eu não tenho dúvidas de que a divulgação científica infantil é fundamental para o desenvolvimento de visões amplas tanto sobre o processo de construção do conhecimento científico, quanto sobre as formas de disseminação desse conhecimento. Quanto mais cedo pudermos envolver nossos pequenos, melhor será”, afirma Guilherme.

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