Ação Educação Democrática: resistência e criação.

EDITORIAL DO JORNAL PENSAR A EDUCAÇÃO EM PAUTA Nº 229, 22 DE MARÇO DE 2019.

Uma das muitas asneiras ditas pelo presidente Jair Bolsonaro em sua deslumbrada e subserviente visita aos EUA esta semana foi a de que a democracia na América Latina foi, sempre, um dos objetivos daquele país. Como sempre, mais preocupado em agradar seus anfitriões e em vender o país a preço de banana do que com a verdade histórica, o presidente brasileiro agrediu, uma vez mais, a memória e a luta daqueles e daquelas que batalharam e, à vezes, perderam suas vidas para resgatar, aqui, os valores, as instituições e as práticas democráticas.

Ao longo de nossa história e, sobretudo, nos 20 anos da ditadura civil- militar (1964-1984) que, com o franco e explícito apoio dos EUA, usurpou nossos direitos e manchou de sangue nossa história, foram os movimentos sociais os mais diversos – dos movimentos de bairro e vizinhança à guerrilha armada – que organizaram nossa resistência à tirania e canalizaram nossas forças criativas para projetar e anunciar que outro Brasil era possível, e necessário.

Hoje, como ontem, no momento em que vemos os poderes da República serem ocupados e mobilizados para combater a Democracia, o Estado de Direito e as mais elementares regras da convivência civilizada, são as forças coletivas e democráticas que se mobilizam em defesa de nossas instituições, de nossos direitos e de nossas riquezas. De norte a sul, de leste a oeste, há a organização de ações de resistência à barbárie e de anúncio de outros tempos possíveis.

Há poucas semanas vimos como as festas de carnaval acabaram por aglutinar forças artísticas e culturais que, juntas, sintetizaram mensagens explícitas de negação do (des)governo bolsonaro. Nos palcos e nas ruas, nos encontros dos foliões e das folionas, nos ritmos e nos batuques, nas fantasias e nos gestos, o Brasil inteiro se manifestou contrário às políticas de morte e destruição defendidas e implementadas pelo atual governo e por seus grupos de apoiadores.

No campo da educação há, hoje, inúmeras ações em curso que visam divulgar posições, conhecimentos e ações para fortalecer a luta contra as desastrosas políticas defendidas pelo grupo religioso que ocupa o Ministério da Educação, bem como pelos seus congêneres espalhados por todo o país. A defesa de uma educação democrática e da formação para a cidadania sintetizam, como outrora, as aspirações mais generosas de uma militância coletiva que tudo tem feito para evitar que o autoritarismo e o obscurantismo tome conta da escola brasileira.

A Ação Educação Democrática, iniciativa da Associação Nacional de Pós Graduação e Pesquisa em Educação e do Movimento Educação Democrática, à qual o Projeto Pensar a Educação Pensar o Brasil – 1822/2022 passa a integrar, pretende ofertar um leque diversificado de atividades políticas e pedagógicas que fortaleçam a luta por uma educação democrática, pública, laica, gratuita e de qualidade no Brasil.

A proposta já conta com o apoio e a adesão de inúmeras instituições e movimentos que com suas ações e proposições pretendem não apenas organizar coletivamente à resistência ao desmonte da educação pública no Brasil, mas também produzir e difundir teorias e práticas que nos permitam realizar, aqui e agora, uma escola e uma educação fundadas nos preceitos democráticos, na diversidade, na laicidade e na solidariedade.

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Ação Educação Democrática: resistência e criação

Uma das muitas asneiras ditas pelo presidente Jair Bolsonaro em sua deslumbrada e subserviente visita aos EUA esta semana foi a de que a democracia na América Latina foi, sempre, um dos objetivos daquele país. Como sempre, mais preocupado em agradar seus anfitriões e em vender o país a preço de banana do que com a verdade histórica, o presidente brasileiro agrediu, uma vez mais, a memória e a luta daqueles e daquelas que batalharam e, à vezes, perderam suas vidas para resgatar, aqui, os valores, as instituições e as práticas democráticas.

Ao longo de nossa história e, sobretudo, nos 20 anos da ditadura civil- militar (1964-1984) que, com o franco e explícito apoio dos EUA, usurpou nossos direitos e manchou de sangue nossa história, foram os movimentos sociais os mais diversos – dos movimentos de bairro e vizinhança à guerrilha armada – que organizaram nossa resistência à tirania e canalizaram nossas forças criativas para projetar e anunciar que outro Brasil era possível, e necessário.

Hoje, como ontem, no momento em que vemos os poderes da República serem ocupados e mobilizados para combater a Democracia, o Estado de Direito e as mais elementares regras da convivência civilizada, são as forças coletivas e democráticas que se mobilizam em defesa de nossas instituições, de nossos direitos e de nossas riquezas. De norte a sul, de leste a oeste, há a organização de ações de resistência à barbárie e de anúncio de outros tempos possíveis.

Há poucas semanas vimos como as festas de carnaval acabaram por aglutinar forças artísticas e culturais que, juntas, sintetizaram mensagens explícitas de negação do (des)governo bolsonaro. Nos palcos e nas ruas, nos encontros dos foliões e das folionas, nos ritmos e nos batuques, nas fantasias e nos gestos, o Brasil inteiro se manifestou contrário às políticas de morte e destruição defendidas e implementadas pelo atual governo e por seus grupos de apoiadores.

No campo da educação há, hoje, inúmeras ações em curso que visam divulgar posições, conhecimentos e ações para fortalecer a luta contra as desastrosas políticas defendidas pelo grupo religioso que ocupa o Ministério da Educação, bem como pelos seus congêneres espalhados por todo o país. A defesa de uma educação democrática e da formação para a cidadania sintetizam, como outrora, as aspirações mais generosas de uma militância coletiva que tudo tem feito para evitar que o autoritarismo e o obscurantismo tome conta da escola brasileira.

A Ação Educação Democrática, iniciativa da Associação Nacional de Pós Graduação e Pesquisa em Educação e do Movimento Educação Democrática, à qual o Projeto Pensar a Educação Pensar o Brasil – 1822/2022 passa a integrar, pretende ofertar um leque diversificado de atividades políticas e pedagógicas  que fortaleçam a luta por uma educação democrática, pública, laica, gratuita e de qualidade no Brasil.

A proposta já conta com o apoio e a adesão de inúmeras instituições e movimentos que com suas ações e proposições pretendem não apenas organizar coletivamente à resistência ao desmonte da educação pública no Brasil, mas também produzir e difundir teorias e práticas que nos permitam realizar, aqui e agora, uma escola e uma educação fundadas nos preceitos democráticos, na diversidade, na laicidade e na solidariedade.


Imagem de destaque: Pedro Cabral

 

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