2019… Educação e Cidadania sob ataque!

Editorial do Jornal Pensar a Educação em Pauta, Ano 7 – Nº 227/ Sexta-feira, 08 de Março de 2019

Em 2007, quando começamos o projeto Pensar a Educação Pensar o Brasil – 1822/2022 objetivando disputar, no espaço público, os sentidos da educação, nem em nossos piores pesadelos imaginávamos que, uma década depois, teríamos uma quadrilha de milicianos, rodeada de ministros e ministras boçais e desonestos, no comando do país. Mas essa é, desgraçadamente, a situação em que nos encontramos hoje.

Não resta dúvida de que o que vivemos hoje seja uma continuidade do golpe de 2016.  O que se observa, em cada área, é o aprofundamento das políticas prometidas por Temer e seus aliados aos apoiadores e financiadores da derrubada da Presidenta Dilma Rousseff. Ao mesmo tempo em que mantém sua base de apoio mobilizada por meio das redes sociais – inclusive com a continuidade da publicação de notícias falsas –, a equipe bolsonarista atua nos vários ministérios para entregar nossas riquezas ao capital internacional, para a retirada de direitos dos trabalhadores e para o desmonte dos serviços públicos, inclusive a área da educação.

As propostas defendidas pela família Bolsonaro, com o apoio de seu desqualificado ministério, significam não apenas um retrocesso no reconhecimento e na afirmação dos direitos humanos, sociais e políticos, mas um desmonte do Estado Nacional como a instituição responsável para gerir e operacionalizar as reivindicações que visam atender, nem que seja minimamente, as pautas da cidadania da população brasileira. Isto significa, de fato, o não reconhecimento da Constituição e da República, como balizas legítimas para o estabelecimento do Governo e da Gestão Pública.

Ao contrário do que às vezes querem nos fazer pensar, o grupo que está no governo das coisas na República brasileira, hoje, não são lunáticos e nem loucos. Estão todos juntos, em sua boçalidade, incompetência e, por que não, em sua maldade, num projeto de apropriação privada e religiosa do Estado e da coisa pública para a criação de facilidades para o capital nacional e internacional, inclusive das empresas religiosas e educacionais transnacionais.

No campo da educação, a defesa de projetos como o da escola sem partido, da educação doméstica, da universidade para as elites, da não inclusão das questões raciais e das violências contra as mulheres e da população LGBTQI nos livros didáticos, da revisão sobre a história da ditadura, a reforma da previdência, para citar apenas alguns projetos em curso, mostram a mobilização das instituições estatais não para o fortalecimento da cidadania, mas para a sua debilitação e seu esfacelamento.

Felizmente a oposição a estas políticas e às ações que as buscam operacionalizar têm encontrado crescente e organizada resistência dos movimentos democráticos os mais diversos. Parte desse movimento ficou visível nas últimas semanas em episódios como as reações à carta do Ministro da Educação mandando cantar o hino nacional e entoar o bordão de campanha do atual ocupante da Presidência da República; do mesmo modo, as manifestações carnavalescas dos últimos dias em todo o país deram uma demonstração muito clara da capacidade de resistência e de criação de nossa população frente ao arbítrio fascista defendido pelos milicianos no poder.

Todavia, temos a convicção de que tanto quanto as resistências e os processos criativos que tomam variadas formas no espaço público, é no cotidiano das escolas brasileiras, da educação infantil à pós-graduação, que anônimas e anônimos professoras e professores, estudantes e funcionárias e funcionários, com o apoio de milhões de famílias, resistem aos ataques à educação e à cidadania e criam maneiras de agir criticamente em tempos adversos. É a estes sujeitos da escola que, mais do que nunca, devemos apoiar e reconhecer neste momento de trevas que se abate sobre todos nós.

Um dos desafios que temos, é o de articular a disputa pelos sentidos da educação e da cidadania no espaço público àqueles movimentos que ocorrem no cotidiano das escolas. Dar visibilidade a todos esses movimentos e momentos, é um imperativo. E é a isso que, mais uma vez, nos dedicaremos em 2019 e nos anos vindouros!


Imagem de destaque: Rovena Rosa/Agência Brasil

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2019… Educação e Cidadania sob ataque!

Em 2007, quando começamos o projeto Pensar a Educação Pensar o Brasil – 1822/2022 objetivando disputar, no espaço público, os sentidos da educação, nem em nossos piores pesadelos imaginávamos que, uma década depois, teríamos uma quadrilha de milicianos, rodeada de ministros e ministras boçais e desonestos, no comando do país. Mas essa é, desgraçadamente, a situação em que nos encontramos hoje.

Não resta dúvida de que o que vivemos hoje seja uma continuidade do golpe de 2016.  O que se observa, em cada área, é o aprofundamento das políticas prometidas por Temer e seus aliados aos apoiadores e financiadores da derrubada da Presidenta Dilma Rousseff. Ao mesmo tempo em que mantém sua base de apoio mobilizada por meio das redes sociais – inclusive com a continuidade da publicação de notícias falsas –, a equipe bolsonarista atua nos vários ministérios para entregar nossas riquezas ao capital internacional, para a retirada de direitos dos trabalhadores e para o desmonte dos serviços públicos, inclusive a área da educação.

As propostas defendidas pela família Bolsonaro, com o apoio de seu desqualificado ministério, significam não apenas um retrocesso no reconhecimento e na afirmação dos direitos humanos, sociais e políticos, mas um desmonte do Estado Nacional como a instituição responsável para gerir e operacionalizar as reivindicações que visam atender, nem que seja minimamente, as pautas da cidadania da população brasileira. Isto significa, de fato, o não reconhecimento da Constituição e da República, como balizas legítimas para o estabelecimento do Governo e da Gestão Pública.

Ao contrário do que às vezes querem nos fazer pensar, o grupo que está no governo das coisas na República brasileira, hoje, não são lunáticos e nem loucos. Estão todos juntos, em sua boçalidade, incompetência e, por que não, em sua maldade, num projeto de apropriação privada e religiosa do Estado e da coisa pública para a criação de facilidades para o capital nacional e internacional, inclusive das empresas religiosas e educacionais transnacionais.

No campo da educação, a defesa de projetos como o da escola sem partido, da educação doméstica, da universidade para as elites, da não inclusão das questões raciais e das violências contra as mulheres e da população LGBTQI nos livros didáticos, da revisão sobre a história da ditadura, a reforma da previdência, para citar apenas alguns projetos em curso, mostram a mobilização das instituições estatais não para o fortalecimento da cidadania, mas para a sua debilitação e seu esfacelamento.

Felizmente a oposição a estas políticas e às ações que as buscam operacionalizar têm encontrado crescente e organizada resistência dos movimentos democráticos os mais diversos. Parte desse movimento ficou visível nas últimas semanas em episódios como as reações à carta do Ministro da Educação mandando cantar o hino nacional e entoar o bordão de campanha do atual ocupante da Presidência da República; do mesmo modo, as manifestações carnavalescas dos últimos dias em todo o país deram uma demonstração muito clara da capacidade de resistência e de criação de nossa população frente ao arbítrio fascista defendido pelos milicianos no poder.

Todavia, temos a convicção de que tanto quanto as resistências e os processos criativos que tomam variadas formas no espaço público, é no cotidiano das escolas brasileiras, da educação infantil à pós-graduação, que anônimas e anônimos professoras e professores, estudantes e funcionárias e funcionários, com o apoio de milhões de famílias, resistem aos ataques à educação e à cidadania e criam maneiras de agir criticamente em tempos adversos. É a estes sujeitos da escola que, mais do que nunca, devemos apoiar e reconhecer neste momento de trevas que se abate sobre todos nós.

Um dos desafios que temos, é o de articular a disputa pelos sentidos da educação e da cidadania no espaço público àqueles movimentos que ocorrem no cotidiano das escolas. Dar visibilidade a todos esses movimentos e momentos, é um imperativo. E é a isso que, mais uma vez, nos dedicaremos em 2019 e nos anos vindouros!


Imagem de destaque: Rovena Rosa/Agência Brasil

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