2016: Mais política, menos polícia! Mais utopia, menos realismo!
Quando criamos o projeto Pensar a Educação Pensar o Brasil – 1822/2022, faltavam 15 anos para comemoramos os 200 anos da independência. Nossa expectativa era contribuir para problematizar os sentidos da independência por meio de um debate sistemático sobre o lugar da educação nos projetos de Brasil nos últimos dois séculos de nossa história.
Começamos com um seminário anual e um programa semanal na Rádio UFMG Educativa, ambas iniciativas muito bem acolhidas pelo público e por um conjunto de instituições parceiras. Hoje o projeto desenvolve 9 ações de ensino, pesquisa e extensão e articula dezenas de instituições, pesquisadores e alunos da pós-graduação em educação, assim como um número crescente de profissionais da educação básica.
Em 2016, no décimo ano do projeto, daremos continuidade às ações já em curso e pretendemos fechar o ano com outras duas iniciativas: a publicação da Revista Brasileira de Educação Básica e a produção e disponibilização de vídeos relacionados à temática da educação. Com essas duas iniciativas, o projeto passará a contar com 11 modalidades, ou ações, de divulgação da pesquisa educacional e de fomento ao debate sobre os sentidos da educação no espaço público.
Desde o início, nossa pretensão tem sido a de mobilizar os colegas das universidades e das escolas básicas brasileiras para o necessário debate sobre os rumos da educação nacional. A nossa proposta era, e é, de criar condições para que o debate incorpore, também, as pesquisas que são realizadas nos quase 200 cursos e programas de pós-graduação em educação. Daí, por sinal, a ênfase que temos dado ao projeto como uma iniciativa de comunicação pública da pesquisa em educação.
No desenvolvimento do projeto é nítida a ênfase que damos à educação básica, seus desafios e seus avanços. Sem perder de vista a perspectiva histórica, a problemática da escola básica no Brasil contemporâneo tem nos mobilizado sobremaneira. E temos tentado enfrentar esse desafio junto com os(as) colegas da escola básica não apenas por entender que eles são os principais protagonistas da conquista de uma educação de qualidade mas, também, porque o que está em jogo é o destino comum que compartilhamos como cidadãos brasileiros.
Para comemorar o décimo ano do projeto Pensar a educação pensar o Brasil e problematizar as diversas formas de intercâmbio entre a universidade e a escola básica, no ano de 2016 o tema de nosso seminário anual será A escola básica interroga a universidade. Ao longo do ano, em 8 conferências mensais, pesquisadores e docentes da escola básica que desenvolvem projetos colaborativos serão convidados a compartilharem o espaço-tempo na explicitação de suas experiências e suas inquietações.
Assim, que venha 2016! E que venha com menos cortes de verbas, menos confusão política, mais crescimento econômico, mais distribuição de renda, menos corrupção, mais pessoas nas ruas, menos polícia e mais política! Que em 2016 nos ocupemos mais do fundamental do que com o acessório e exercitemos mais nossa autonomia política e intelectual para problematizarmos as políticas e para construirmos novas práticas e novas maneiras de educar!Que em 2016 possamos nos orgulhar de avançarmos na construção de um mundo em que as novas gerações tenham desejo e vontade de habitar! Que em 2016 tenhamos menos políticas realistas e mais utopias a animar nossos sonhos e nossos projetos!!!
Como se vê, a utopia não precisa esperar 2016 para ocupar o seu lugar!!!