Por uma cultura do encontro: o legado do Papa Francisco
Alexandra Lima da Silva
Dentre os acontecimentos do mês de abril, a notícia da morte do Papa Francisco, no dia 21 de abril de 2025, foi a que mais me causou comoção. Mesmo não sendo católica, reconheço o legado das mensagens do papa Francisco para a humanidade:
“A cultura do encontro ultrapassa qualquer dialética que divide as pessoas em amigos e inimigos”. “O diálogo é o melhor caminho para construir a paz.”
É preciso reconhecer, também, a urgência da prática da “cultura do encontro” em tempos de tanta intolerância, tanto ódio, tantas injustiças e tantas desigualdades nas diferentes regiões do planeta.
O legado do Papa Francisco nos remete aos princípios básicos do respeito, da escuta, do diálogo, e principalmente, da ética como um valor essencialmente humano. Como educadora, vejo muita sintonia entre as mensagens do Papa Francisco com os ensinamentos do educador brasileiro, para o qual aprendemos e nos libertamos em comunhão.
A meu ver, a “cultura do encontro” pode nos conduzir a uma “pedagogia do encontro” nas escolas e na sala de aula, principalmente porque dentre os muitos desafios de pensar a educação no século XXI, destaco a necessidade de combatermos a intolerância religiosa, os conflitos decorrentes das diferenças culturais, as violências e opressões de gênero, sexualidade, raça e classe, dentre outras intersecções. Ao lembrar dos mais vulneráveis, a cultura do encontro proposta pelo Papa Francisco coloca em destaque os filhos e filhas de imigrantes e refugiados, e a importância do afeto nas relações humanas. A cultura do encontro pode nos reconectar com o entendimento da escola como lugar de acolhimento, reconhecimento e respeito, em tempos do brilho frio das telas e da distância do contato físico e do abraço.