Tortura não é justiça

Roberta Poltronieri

Mais uma semana do ano se encerra e com ela acompanhamos mais uma vez fatos ocorridos na esfera local/nacional, que apresenta-nos um pouco a dimensão da barbárie humana. 

Como de costume, todas as tardes de domingo reservo um tempo para meu retiro pessoal, me dedico a leituras e reflexões escritas. Neste domingo, foi impossível não acompanhar o fato ocorrido com o adolescente de 17 anos que supostamente tentou furtar uma bicicleta e teve sua testa tatuada. 

Em uma rápida pesquisa nas redes sociais para verificar sobre o fato ocorrido, pude ler um pouco sobre a opinião das pessoas nas mais variadas partes do país sobre o caso e percebi o quanto ainda estamos ligados a fundamentalismos religiosos e preceitos maniqueístas de bem e mal, na iminência do “outro”, como aquele lá longe, distante do que somos, deixamos de olhar para nós mesmos, como se errar na vida fosse somente o que acontece com o outro. 

O que somos? Será que conseguimos olhar para trás e enxergar em nós possíveis erros e acertos? Será que, como Tarantino representou no filme “Bastardos Inglórios”, estamos chegando tão próximos do pensamento fascista que aceitamos um justiceiro a qualquer custo? Até mesmo aquele que corta e marca o corpo de um certo outro? 

Será que a Jihad Moderna, grupo fundamentalista que atua em alguns países europeus com atentados violentos, está tão longe do que presenciamos atualmente em outros moldes? A violência e barbárie de fato estão mais intensas em diversas esferas sociais, o cuidado que podemos ter nestes momentos é o movimento de não curvar-nos rapidamente a ideias intolerantes, rápidas e compartilhadas a todo momento pelas redes sociais, sem ao menos refletir sobre ou buscar uma quantidade maior de informação, revisar, repensar, reavaliar o que estamos ouvindo, pensando e compartilhando. 

Na medida que os conflitos (re)aparecem nas sociedades, mais intensa fica a necessidade de ocuparmos posições de sujeitos que se colocam no lugar do outro. De certa forma, a justiça que buscamos não é a que tortura Talvez nem a conheçamos ainda, mas quem sabe, ainda deixando de lado o pessimismo, uma saída conivente seria a maior participação direta nos espaços públicos, ocupar as casas legislativas, e levar nossa inquietação para o centro dos debates, a fim de perceber que não se entregar a  crenças imutáveis e atos violentos pode ajudar-nos a reescrever a história enquanto ainda somos sujeitos sociais neste mundo, que se (trans)forma diariamente. 

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