“Que tragédia é essa que cai sobre todos nós?…”

Editorial do Jornal Pensar a Educação em Pauta, Ano 6 – Nº 212/ quinta-feira, 06 de Setembro de 2018

(Promessas do Sol. Milton Nascimento, 1976)

 

Experimentamos nos últimos dias duras perdas para o Brasil e o seu povo.

O STF considerou constitucional e aprovou a terceirização irrestrita de todas as etapas do processo produtivo, sejam atividades-meio, sejam atividades-fim. Precarização radical do mundo do trabalho.

“É uma tragédia social”, definiu Ricardo Antunes, professor da Unicamp, afirmando: “A partir dessa nefasta decisão do Supremo, todas as atividades podem ser terceirizadas. É uma derrota fragorosa da classe trabalhadora e mostra que Supremo Tribunal Federal está em plena sintonia com os interesses mais destrutivos das classes proprietárias”, afirmou o sociólogo, dos principais analistas do mundo do trabalho.

Ele traduziu as consequências: trabalhadores(as) terceirizados(as) ganham menos, trabalham mais horas por dia, com intensificação do trabalho, radicalizando a exploração e a superexploração do trabalho. E acima de tudo: “terceirizar significa dividir a classe trabalhadora”, argumentou Antunes, em entrevista ao jornal Brasil de Fato.

O STF novamente submeteu-se aos interesses do capital. E aprofundou ainda mais as perversas consequências da mal chamada reforma trabalhista, que em 2017 já havia destruído direitos de trabalhadores(as), conquistados ao longo de décadas com muita luta.

O Supremo Tribunal Eleitoral, por sua vez, atropelando prazos e antecipando decisões, desconsiderou e desacatou tratados internacionais assinados pelo Brasil, desobedeceu decisão da ONU e confirmou o que já se esperava, a cassação dos direitos políticos de Luiz Inácio Lula da Silva de candidatar-se à Presidência, e submeter-se ao julgamento da população nas urnas. Nem se espera que o STF reverta esse posicionamento. Uma intervenção política sem precedentes nas eleições para o cargo máximo do País.

E então assistimos pela TV, estarrecidos, consternados, à destruição do Museu Nacional do Rio de Janeiro. O horror, o horror, o horror…

Reafirmamos os termos da nota que publicamos em nossa página no dia seguinte: trata-se de crime de lesa-pátria. Crime contra a memória e a história do Brasil, e da humanidade.

Um patrimônio histórico e cultural do povo brasileiro, construído e organizado por gerações e gerações de pessoas que fizeram do Museu Nacional uma das maiores entidades científicas do País. É mesmo inacreditável que isso possa ter acontecido…

Mas, aconteceu. Por incúria, por negligência, por incompetência, por desprezo à memória do País.

Tragédias em apenas uma semana, que caem sobre todos nós…

Difícil suportar, difícil até respirar…

É preciso resistir, no entanto. Temos insistido aqui que é fundamental resistir. Tanto quanto é imperativo reagir.

Reagir, reunindo forças para seguir adiante, estancar o projeto (sim, um projeto, como disse Darcy Ribeiro) de auto-destruição com o qual o governo ilegítimo afronta o Brasil. Retomar nossa luta por uma agenda social de reconstrução de nossa esperança, de nossas políticas públicas sintonizadas com a superação de graves problemas sociais, e de expansão da cidadania.

Uma agenda de investimentos em áreas fundamentais para o desenvolvimento do País, como são a educação, a cultura, a ciência, a pesquisa e a tecnologia.

A barbárie não pode nos vencer.

Imagem de Destaque: Tania Rego/Agencia Brasil

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“Que tragédia é essa que cai sobre todos nós?…”

(Promessas do Sol. Milton Nascimento, 1976)

 

Experimentamos nos últimos dias duras perdas para o Brasil e o seu povo.

O STF considerou constitucional e aprovou a terceirização irrestrita de todas as etapas do processo produtivo, sejam atividades-meio, sejam atividades-fim. Precarização radical do mundo do trabalho.

“É uma tragédia social”, definiu Ricardo Antunes, professor da Unicamp, afirmando: “A partir dessa nefasta decisão do Supremo, todas as atividades podem ser terceirizadas. É uma derrota fragorosa da classe trabalhadora e mostra que Supremo Tribunal Federal está em plena sintonia com os interesses mais destrutivos das classes proprietárias”, afirmou o sociólogo, dos principais analistas do mundo do trabalho.

Ele traduziu as consequências: trabalhadores(as) terceirizados(as) ganham menos, trabalham mais horas por dia, com intensificação do trabalho, radicalizando a exploração e a superexploração do trabalho. E acima de tudo: “terceirizar significa dividir a classe trabalhadora”, argumentou Antunes, em entrevista ao jornal Brasil de Fato.

O STF novamente submeteu-se aos interesses do capital. E aprofundou ainda mais as perversas consequências da mal chamada reforma trabalhista, que em 2017 já havia destruído direitos de trabalhadores(as), conquistados ao longo de décadas com muita luta.

O Supremo Tribunal Eleitoral, por sua vez, atropelando prazos e antecipando decisões, desconsiderou e desacatou tratados internacionais assinados pelo Brasil, desobedeceu decisão da ONU e confirmou o que já se esperava, a cassação dos direitos políticos de Luiz Inácio Lula da Silva de candidatar-se à Presidência, e submeter-se ao julgamento da população nas urnas. Nem se espera que o STF reverta esse posicionamento. Uma intervenção política sem precedentes nas eleições para o cargo máximo do País.

E então assistimos pela TV, estarrecidos, consternados, à destruição do Museu Nacional do Rio de Janeiro. O horror, o horror, o horror…

Reafirmamos os termos da nota que publicamos em nossa página no dia seguinte: trata-se de crime de lesa-pátria. Crime contra a memória e a história do Brasil, e da humanidade.

Um patrimônio histórico e cultural do povo brasileiro, construído e organizado por gerações e gerações de pessoas que fizeram do Museu Nacional uma das maiores entidades científicas do País. É mesmo inacreditável que isso possa ter acontecido…

Mas, aconteceu. Por incúria, por negligência, por incompetência, por desprezo à memória do País.

Tragédias em apenas uma semana, que caem sobre todos nós…

Difícil suportar, difícil até respirar…

É preciso resistir, no entanto. Temos insistido aqui que é fundamental resistir. Tanto quanto é imperativo reagir.

Reagir, reunindo forças para seguir adiante, estancar o projeto (sim, um projeto, como disse Darcy Ribeiro) de auto-destruição com o qual o governo ilegítimo afronta o Brasil. Retomar nossa luta por uma agenda social de reconstrução de nossa esperança, de nossas políticas públicas sintonizadas com a superação de graves problemas sociais, e de expansão da cidadania.

Uma agenda de investimentos em áreas fundamentais para o desenvolvimento do País, como são a educação, a cultura, a ciência, a pesquisa e a tecnologia.

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