O Seminário Anual 2018 nas “vozes” de seus participantes

Marileide Cassoli

 

As conferências do Seminário Anual – parte das ações que compõem o projeto Pensar a Educação Pensar o Brasil, 1822-2022 – apresentaram, nesse ano, o tema Mídias, Educação e Espaço Público. Ao todo, foram realizadas oito conferências ao longo do primeiro e segundo semestre de 2018. Buscamos, por meio das falas dos conferencistas convidados, promover uma reflexão sobre a mobilização da educação nos diversos suportes de comunicação, visando identificar qual o papel que as mídias desempenham na construção do espaço público disputando os sentidos sobre a educação. Neste sentido, lançamos alguns questionamentos acerca da relação que as mídias estabelecem com a educação no sentido de ampliar a questão dentro do campo da comunicação social: Quais as razões que levam à mobilização retórica da educação e como as mídias têm contribuído para a consolidação de justificativas e argumentos que esvaziam a educação de sua dimensão profissional, intelectual e institucional? Como as mídias comunicam sobre a educação? Como o debate sobre a educação se estabelece no espaço público através das mídias?

No intuito de agradecer a participação dos conferencistas e do público ao Seminário, deixamos registrado algumas falas dos trabalhos que nos foram apresentados, por alunas e alunos da disciplina, ao final desse semestre:

“As quatro conferências mensais realizadas no segundo semestre de 2018 mostraram aspectos relevantes sobre os modos de fazer comunicação sobre a educação dando visibilidade a lugares de ação e práticas na comunicação da educação. A partir dessa relação entre Educação e o Espaço Público e do debate sobre como a educação é apresentada por esses suportes, nos processos de comunicação da educação e nas mídias como constitutivas do espaço público, os conferencistas apresentaram tendências de pensamento sobre as mídias e a comunicação pública, bem como temas pertinentes ao debate público da comunicação”.  Liliana Borges

Vanessa Macêdo e Maurício Guilherme na conferência “Educomunicação, Transleitura e Processos de Mediação” no dia 30/08/2018. Foto: Thiago Rosado

“As conferências deste semestre contribuíram para que eu pudesse pensar a educação em uma maneira menos tradicional, menos institucionalizada, mais próxima da realidade dos estudantes contemporâneos, em que o uso da tecnologia possa viabilizar instrumentos de democratização do conhecimento e da educação, que têm profundas repercussões sociais a nível de cidadania. Enquanto as três primeiras conferências proporcionaram uma base ideológica e teórica, a última trouxe exemplos de materialização dessas ideias em produtos. Há que se pensar, agora, em maneiras de viabilizar como formular e implementar políticas públicas que promovam e abracem essas alterações curriculares a nível nacional”. Beatriz Pazzini Scarpelli de Aguiar

Andrea Versut na conferência “Reflexões pós-panópticas sobre vigilância e consumo na sociedade da classificação” no dia 24/05/2018. Foto: Gustavo Mazzetti

“A perspectiva da educação nessa atividade deve ser tomada não como um conjunto de reflexões sobre relações e práticas da vida social, mas como momentos em que essas práticas se constituem conscientemente como falas e produtos endereçados ao outro com a finalidade de afetar sujeitos e transformá-los em perspectivas ideológicas nas disputas com outros valores e representações. Cabe destacar que diferentes formas de inserção e formação cultural não se dão apenas nos espaços escolares. Tosta (2009) mostra como alguns desses processos de formação de jovens passam ao largo da instituição escolar. A autora evidencia como o uso da mídia, além de intenso, tem sido referência para instituir modos de formação em padrões tecnológicos de produção midiática afinados com a demarcação de discursos identitários”. Ercio do Carmo Sena Cardoso

Da esquerda pra direita: Florance Poznanski, Vanessa Macêdo e Sandra Tosta na conferência “Democratização da Comunicação e Cidadania” no dia 26/04/2018. Foto Gustavo Mazzetti

“Outra questão muito pertinente colocada pelos presentes se refere à crítica ao uso das próprias mídias digitais. Foi questionado aos palestrantes: tudo precisa ser apresentado ao estudante na linguagem da mídia eletrônica para ser interessante? Não é o papel da escola permitir ao estudante contato com conhecimentos “chatos”, que somente ali têm o seu lugar? Como professora há nove anos, entendo que é muito importante que o educador se preocupe com o interesse do aluno em assuntos considerados, talvez, “chatos”. Contudo, sempre vi em meu papel como educadora o dever de procurar mecanismos para promover nos alunos o interesse por assuntos que nem sempre serão, a priori, interessantes para eles. Seja pela forma da construção do conhecimento, seja apresentando elementos no conteúdo que se relacionem com o presente, mas não qualquer presente: o presente que se insira na experiência do estudante. Essa palestra também me foi muito cara, uma vez que foram apresentadas experiências intrinsecamente escolares e a formação para a docência tem sido algo muito importante em meu processo de formação na pós graduação”.  Fabiana de Oliveira Bernardo

Deixamos, aqui, o convite para que permaneçam participando das atividades propostas pelo Seminário Anual, cujo tema para 2019 já adiantamos: Educação no Brasil – Tradições Democráticas.

Até lá!!!!

Imagem de Destaque: Pedro Cabral

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