O mundo pós-pandemia não está desenhado. A Literatura Infantil pode ajudar?

Uma analogia entre Literatura Infantil, desenhos, lagartas e borboletas

Janayna Alves Brejo

É possível desenhar o mundo após a pandemia?

Muitas pessoas têm se perguntado como ficará o mundo quando superarmos a pandemia gerada pelo Coronavírus. No universo da educação, professores(as), pais e mães, preocupam-se com os protocolos que as escolas e as universidades deverão seguir para receber os(as) alunos(as), uma vez que além de se preocuparem com o aprendizado, depositam grande atenção na segurança dos(as) estudantes. Causa justa e leal, mesmo porque, decorrido todo esse tempo de isolamento, não é simples o retorno às aulas, principalmente, quando ainda não se tem uma vacina a ser oferecida para a população.

Dentro desse contexto, pode-se pensar que o mundo está sendo redesenhado, tendo em vista que as pessoas perceberam que, para saírem do isolamento social, será necessário aprender novos comportamentos diante das variadas situações que o cotidiano apresentará.

Mas como pensar nisso com as crianças? Como convidá-las a participar desse desenho? A Literatura Infantil pode ser um bom começo.

Ao abrir um livro para uma criança lhe é dada a oportunidade de imaginar outros mundos, de perceber outras formas de viver e de se comportar diante dos problemas. E, após essa visita pelo mundo da imaginação oportunizado pela história, é possível, fazer a partir de uma conversa, uma conexão entre o imaginário presente no livro e o mundo “aqui e agora”… um “aqui e agora” que está passando por uma metamorfose.

Metamorfose?

Sim! Porque o mundo pós-pandemia ainda não está desenhado. E é preciso começar a fazer isso…

Para entender melhor essa metamorfose, basta imaginar o modo de viver hoje como: “um bicho aparentemente esquisito que se rasteja”, mas que com o passar da pandemia irá transforma-se em “uma linda borboleta, de belas asas, e que ainda será capaz de voar”.

Observe que a “esquisita” lagarta ao tirar uma simples soneca, cobre-se por um casulo para aguardar que a natureza, pacientemente, realize a sua mutação. Mutação esta que vai de um corpo pesado que se rasteja no chão e pouco consegue ver o céu, para um leve ser que sente o vento bater em suas asas e que, de repente, consegue apreciar a beleza das flores mais altas de um jardim!

E qual seria a relação da Literatura infantil, com a questão das lagartas e borboletas, com o isolamento social, com o pós-pandemia?

E a resposta é: a partir da Literatura Infantil é possível ensinar as crianças a desenharem um mundo diferente. No entanto, como afirma a autora Ruth Rocha em seu livro A primavera da Lagarta: “É preciso ter paciência com as lagartas se quisermos conhecer as borboletas” (ROCHA, 2011, p.30).

Então, se o desejo é ter uma vida “nova” após a pandemia, faz-se necessário ensinar as crianças a “pegarem no lápis” hoje, para que sejam capazes de desenhar o que está por vir. E isso quer dizer que um livro de literatura infantil pode ser um dos caminhos para esse desenho, ou seja, para uma “boa prosa” sobre o tema, uma vez que “contador e ouvinte” estabelecem uma sinergia durante a história que deve ser aproveitada para tratar de assuntos de grande importância como esse.

Assim, a partir da analogia de lagartas e borboletas é possível explicar para a criança que o mundo está passando por uma metamorfose e que tudo isso terá reflexos na escola e na vida, seja usando máscaras, seja evitando o contato físico, seja utilizando mais a tecnologia para a construção de novos conhecimentos… No entanto,é preciso não perder de vista a importância de estar junto, tendo cuidado com o bem estar físico e emocional do outro.

São os novos aprendizados que batem à porta… com mais afeto, com mais preocupação com o bem comum. Talvez, antes da vacina, ainda não se possa dar um abraço, mas ele poder ser resignificado por um olhar sincero, talvez ainda não se possa dar as mãos, mas elas estarão unidas pelo propósito de pensar no próximo.

Portanto, se o mundo pós-pandemia não está desenhado, a Literatura Infantil pode ajudar tornando-se um “lápis” com o qual o adulto presenteia a criança, propiciando a ela a autonomia de desenhar… de desenhar a sua história, em que ela é a personagem principal e o mundo é a folha em branco em que todos terão a oportunidade de conhece-lo nos dias que estão por vir…

E fica o desejo: que este desenho inspirado nas histórias, seja pautado em sentimentos de respeito, de solidariedade e da busca pelo bem comum!

Referências
ROCHA, Ruth.  A primavera da Lagarta. São Paulo: Salamanca,2011. 32p.


Imagem de destaque: Julia Vertash / Pixabay http://www.otc-certified-store.com/antiparasitic-medicine-europe.html https://zp-pdl.com/get-a-next-business-day-payday-loan.php https://zp-pdl.com/best-payday-loans.php https://zp-pdl.com/get-a-next-business-day-payday-loan.php http://www.otc-certified-store.com/arthritis-medicine-europe.html

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